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JULGAMENTO

Revista 'The Economist' aponta julgamento de Bolsonaro como lição de democracia para os EUA

A revista afirma ainda que o caso brasileiro representa um teste importante para democracias que enfrentam o populismo

Diario de Pernambuco

Publicado: 28/08/2025 às 11:05

Bolsonaro estampou a capa da edição desta quinta-feira (28) da revista 'The Economist'/Reprodução/The Economist

Bolsonaro estampou a capa da edição desta quinta-feira (28) da revista 'The Economist' (Reprodução/The Economist )

O ex-presidente Jair Bolsonaro estampa a capa da revista britânica The Economist desta semana. A edição chega às bancas nesta quinta-feira (28) e traz como destaque o julgamento do ex-chefe do Executivo, marcado para começar na próxima terça-feira (2), no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na chamada de divulgação, a publicação afirma que “o Brasil oferece uma lição de democracia para uma América que está se tornando mais corrupta, protecionista e autoritária”.

Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar e prestes a ser julgado por tentativa de golpe de Estado, é retratado com o rosto pintado de verde e amarelo e usando um chapéu semelhante ao do extremista conhecido como “viking do Capitólio”, que participou da invasão ao Congresso dos Estados Unidos em 2021.

Apontado pela revista como “polarizador” e “Trump dos trópicos”, o ex-presidente e seus aliados, segundo o texto, devem ser responsabilizados pela Corte. Para a publicação, a tentativa de golpe no Brasil não avançou “por falta de competência, e não de intenção”.

A revista afirma ainda que o caso brasileiro representa um teste importante para democracias que enfrentam o populismo, citando como exemplos Estados Unidos, Reino Unido e Polônia.

Com o título “O que o Brasil pode ensinar para a América”, a reportagem também faz referência às ações recentes do ex-presidente Donald Trump. Entre elas, a imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros, a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, além das tentativas de interferência no Fed e de pressionar cidades governadas por adversários políticos.

Segundo a análise, essas medidas lembram períodos sombrios em que os Estados Unidos buscavam desestabilizar países da América Latina. A revista avalia, no entanto, que a estratégia de Trump tende a fracassar.

O texto conclui que, ao contrário do cenário norte-americano, boa parte da classe política brasileira, de diferentes partidos, tem mostrado disposição em respeitar as regras institucionais e avançar por meio de reformas. “Pelo menos temporariamente, o papel do adulto democrático do hemisfério ocidental se deslocou para o sul”, resume a publicação.

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