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Meta não publicará mais anúncios políticos na União Europeia

A Meta acrescentou à nota que não é a primeira empresa a tomar essa medida, uma vez que o Google já havia declarado algo similar no fim de 2024.

Isabel Alvarez

Publicado: 29/07/2025 às 13:09

Meta não publicará mais anúncios políticos na União Europeia/Meta/Divulgação

Meta não publicará mais anúncios políticos na União Europeia (Meta/Divulgação)

A Meta, proprietária do Facebook, Instagram, WhatsApp entre outras, anunciou que não irá mais publicar anúncios políticos e eleitorais em suas plataformas digitais na União Europeia a partir de outubro deste ano.

“Foi uma decisão difícil, mas “não permitiremos mais anúncios políticos, eleitorais ou sobre temas sociais na UE, por causa das exigências impossíveis de cumprir impostas por um regulamento europeu que busca aumentar a transparência da publicidade política”, diz o comunicado da empresa de Mark Zuckerberg.

A Meta acrescentou à nota que não é a primeira empresa a tomar essa medida, uma vez que o Google já havia declarado algo similar no fim de 2024. “Nossa decisão é limitada à União Europeia. Continuamos acreditando que a publicidade política online é parte essencial da política moderna”, argumentou.

O regulamento da UE foi aprovado em 2024 e deve entrar plenamente em vigor em outubro de 2025, tendo sido criado para garantir maior transparência nos anúncios online e evitar interferência externa em processos eleitorais. Entre suas exigências, as plataformas devem identificar claramente os conteúdos de cunho político e revelar quem os financiou. Além disso, é proibido o uso de dados pessoais relacionados à etnia, religião ou orientação sexual, assim como informações de usuários menores de idade. A UE tem reforçado o seu arcabouço legal para regulamentar as grandes empresas de tecnologia.

 

A Meta também já criticou várias vezes a legislação da União Europeia, afirmando que as normas estabelecem desafios operacionais complexos e imprecisões jurídicas causadas pelas regras atuais. O Instagram e o Facebook possuem, respectivamente, aproximadamente de 272 milhões e 261 milhões de usuários mensais ativos na UE. Enquanto isso, a empresa ainda informou recentemente que vai recorrer na Justiça contra uma multa de 200 milhões de euros aplicada pela Comissão Europeia em abril, por violação das normas sobre o uso de dados pessoais. O Facebook e Instagram ainda estão sendo investigados em processos relacionados à Lei dos Serviços Digitais (DSA) da UE.

Já essas medidas adotadas na UE foram impulsionadas e motivadas pelo escândalo da empresa britânica Cambridge Analytica, quando esta coletou dados pessoais de milhões de usuários do Facebook sem consentimento e usou tais informações para influenciar a campanha presidencial norte-americana em 2016 e o referendo do Brexit. O Brexit foi um plebiscito para decidir a permanência do Reino Unido na União Europeia em 2016. O resultado desencadeou o processo na saída do país como membro do bloco.

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