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Morwell, Austrália

Australiana declarada culpada de matar sogros com cogumelos venenosos

Júri formado por 12 pessoas declarou Erin Patterson culpada de homicídio triplo

AFP

Publicado: 07/07/2025 às 08:59

Membros da imprensa conversam com uma amiga de Erin Patterson (à direita) enquanto ela deixa o Tribunal de Magistrados de Latrobe Valley, em Morwell, onde Patterson foi considerada culpada pelo júri, em 7 de julho de 2025, por ter assassinado os pais e a tia de seu marido, misturando cogumelos tóxicos ao almoço de filé Wellington, no clímax de um julgamento assistido em todo o mundo. A dedicada cozinheira doméstica Erin Patterson ofereceu um jantar íntimo em julho de 2023, que começou com brincadeiras bem-humoradas e orações fervorosas — mas terminou com a morte de três convidados. (Foto de MARTIN KEEP / AFP)/ AFP

Membros da imprensa conversam com uma amiga de Erin Patterson (à direita) enquanto ela deixa o Tribunal de Magistrados de Latrobe Valley, em Morwell, onde Patterson foi considerada culpada pelo júri, em 7 de julho de 2025, por ter assassinado os pais e a tia de seu marido, misturando cogumelos tóxicos ao almoço de filé Wellington, no clímax de um julgamento assistido em todo o mundo. A dedicada cozinheira doméstica Erin Patterson ofereceu um jantar íntimo em julho de 2023, que começou com brincadeiras bem-humoradas e orações fervorosas — mas terminou com a morte de três convidados. (Foto de MARTIN KEEP / AFP) ( AFP)

A Justiça australiana declarou nesta segunda-feira (7) uma mulher culpada pelo assassinato dos pais e de uma tia de seu marido ao envenenar as vítimas com cogumelos tóxicos, após um julgamento que despertou interesse mundial.

Os crimes aconteceram em julho de 2023, quando Erin Patterson recebeu os familiares de seu marido - do qual estava separada - para um almoço que começou com uma oração e conversa animada, mas terminou com três de seus convidados mortos.

Ao longo do julgamento, que durou mais de dois meses, a acusada afirmou que o prato que havia preparado foi envenenado acidentalmente com cogumelos Amanita phalloides, também conhecido como cogumelo da morte, considerado um dos mais letais do mundo.

Mas um júri formado por 12 pessoas declarou a mulher de 50 anos culpada de homicídio triplo.

Ela também foi declarada culpada de tentar assassinar um quarto convidado, que sobreviveu depois de passar várias semanas hospitalizado.

O julgamento atraiu 'podcasters', equipes de filmagem e fãs de programas de 'true crime' para a localidade rural de Morwell, uma cidade tranquila no estado de Victoria, conhecida por suas rosas premiadas.

Jornalistas de todo o mundo acompanharam com interesse cada detalhe do julgamento.

Em 29 de julho de 2023, a anfitriã recebeu para um almoço Don e Gail Patterson, pais de seu marido Simon, de quem estava separada, mas ainda legalmente casada.

Também foram convidados a tia de Simon, Heather, e seu marido Ian, um pastor local.

Simon também havia sido convidado, mas desistiu no último minuto. O casal tinha divergências sobre a pensão alimentícia dos filhos.

"Não poderiam ter sobrevivido" 


Erin Patterson preparou um almoço que consistia em bife Wellington (uma especialidade da culinária inglesa com carne bovina e cogumelos picados).

Os cogumelos Amanita phalloides são facilmente confundidos com outras variedades de cogumelos comestíveis e, ao que parece, têm um sabor doce que oculta sua potente toxicidade.

O veneno contido nos cogumelos rapidamente afetou os convidados, desencadeando efeitos devastadores. Don, Gail e Heather morreram em uma semana.

"Não poderiam ter sobrevivido", afirmou o especialista em cuidados intensivos Stephen Warrillow durante o julgamento.

Os detetives rapidamente encontraram evidências que sugeriam que Erin, fã de livros policiais, havia preparado a refeição com a intenção de matar.

Segundo a Promotoria, ela convidou os parentes do marido para supostamente anunciar que havia sido diagnosticada com câncer e para pedir conselhos sobre como revelar a notícia aos filhos.

Mas nenhuma evidência foi encontrada sobre o suposto diagnóstico médico. O promotor afirmou que era uma mentira para atrair os convidados à residência.

Durante o julgamento, a mãe de dois filhos alegou que as mortes foram acidentais e seus advogados descreveram o ocorrido como um "terrível acidente".

Os parentes das vítimas se recusaram a falar com a imprensa após o veredicto e pediram privacidade em um comunicado divulgado pela polícia.

Uma amiga de Erin Patterson não escondeu a emoção ao deixar o tribunal. "Estou triste. Mas é assim que as coisa são", disse à imprensa.

A sentença da acusada será anunciada em um momento posterior.

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