Irã ameaça atacar bases dos EUA no Oriente Médio em caso de conflito
Desde que retornou ao poder, Donald Trump reativou sua campanha de "pressão máxima" contra Teerã
Publicado: 11/06/2025 às 09:52

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (SAUL LOEB/AFP)
O Irã alertou, nesta quarta-feira (11), que atacará as bases militares americanas no Oriente Médio em caso de conflito com os Estados Unidos, antes de uma nova rodada de negociações com Washington sobre o programa nuclear iraniano.
Desde que retornou ao poder em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reativou sua campanha de "pressão máxima" contra Teerã, apoiando a diplomacia nuclear, mas alertando sobre ação militar caso ela falhe.
Se "um conflito nos for imposto, o outro lado, sem dúvida, sofrerá mais perdas do que nós", declarou o ministro da Defesa iraniano, Aziz Nasirzadeh.
"Suas bases estão ao nosso alcance" e "os Estados Unidos devem deixar a região", acrescentou.
Os Estados Unidos têm inúmeras bases militares perto do Irã, a mais importante no Catar, onde está localizado o Comando Central do Exército americano no Oriente Médio (Centcom).
Inimigos há mais de quatro décadas, Irã e Estados Unidos realizaram cinco rodadas de negociações desde abril, mediadas por Omã, na tentativa de concluir um acordo para impedir que Teerã adquira armas nucleares.
O Irã anunciou que a próxima rodada de negociações está marcada para domingo, enquanto Trump afirmou que esta reunião ocorrerá na quinta-feira. O mediador Omã não comentou.
"Estou muito menos confiante [do que antes] de que vamos concluir um acordo" com o Irã, disse Trump em um podcast do New York Post gravado na segunda-feira e publicado nesta quarta.
Irã e Estados Unidos buscam substituir o pacto histórico de 2015 entre Teerã e as potências mundiais, que estabeleceu restrições às atividades nucleares iranianas em troca do alívio das sanções econômicas.
As discussões atuais permanecem em um impasse sobre a questão do enriquecimento de urânio pelo Irã.
Atualmente, a República Islâmica enriquece urânio a 60%, bem acima do limite de 3,67% do acordo de 2015 e próximo dos 90% necessários para produzir armas nucleares, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O Irã nega ter objetivos militares e defende seu direito a um programa nuclear civil, principalmente para energia.

