Beto Lago: 'Um dia histórico para a vida do Sport Club do Recife'
A eleição para o futuro presidente do Sport em 2026 é realizada nesta segunda-feira (15)
Publicado: 15/12/2025 às 08:14
Eleições no Sport: Diario de Pernambuco promove enquete entre candidatos. (Fotos: Divulgação | Arquivo | Reprodução)
Divisor de águas
O Sport Club do Recife chega ao dia 15 não apenas para eleger um presidente, mas para tentar se salvar de si mesmo. O clube vive uma das temporadas mais duras da sua história, dentro e fora de campo, e paga um preço alto por decisões equivocadas, discursos vazios e uma gestão que perdeu o contato com a realidade com o clube e a identidade com sua torcida. A palavra da moda nas campanhas é renovação. Mas, no Sport, ela carrega um peso maior. Renovar não é trocar nomes, é mudar práticas. É romper com vícios antigos que empurraram o clube para um cenário de instabilidade esportiva, descrédito institucional. Três candidatos se colocam como solução. Nenhum deles terá vida fácil. Quem vencer herdará um clube combalido, com o futebol em frangalhos e uma marca que precisa recuperar respeito no cenário nacional. Independentemente de quem vença, a herança é indigesta. Dívidas, elenco mal montado, futebol desacreditado e uma torcida cansada de promessas. O novo presidente terá pouco tempo para errar e nenhum espaço para discursos desconectados da realidade. Na reta final, os indecisos viraram o alvo principal. E talvez sejam eles que definam se o Sport seguirá preso ao ciclo de improviso ou se, finalmente, começará um processo sério de reconstrução. O dia 15 não é apenas uma eleição. É um divisor de águas. O Sport precisa voltar a ser clube grande também fora das quatro linhas. Planejamento, coragem e responsabilidade não podem mais ser apenas palavras bonitas em campanha. Ou o Leão aprende com os próprios erros, ou segue rugindo baixo, distante da grandeza que sua história exige.
Entre os candidatos à presidência do Sport, o discurso oficial é de civilidade, respeito e “jogo limpo”. Na prática, porém, o que se vê nas redes sociais é um verdadeiro lamaçal. Um festival diário de fake news, ilações e boatos plantados de forma covarde, sempre com o mesmo objetivo: confundir o torcedor e desgastar adversários. A cada dia surge uma nova mentira travestida de informação. É candidato “apoiado” por fulano que nunca se manifestou, é treinador “acertado” sem que sequer tenha sido procurado. Um jogo rasteiro, típico das eleições partidárias mais sujas, que infelizmente invadiu o ambiente rubro-negro.
Precisa ser combatida
O mais grave é perceber que a sanha pelo poder parece falar mais alto do que qualquer noção de decência, responsabilidade institucional ou respeito à história do clube. O Sport virou palco de uma disputa onde vale tudo. Inclusive enganar a sua própria torcida. Esse tipo de prática não pode ser naturalizada. E precisa, sim, ser combatida pelos próprios candidatos. Quem se apresenta como solução não pode compactuar com tais métodos.
Um erro para fechar a gestão
A gestão encerra um ano desastroso cometendo mais um erro grave: uma lista de sócios aptos a votar cheia de falhas. As reclamações partiram das três chapas, o que por si só já desmonta qualquer tentativa de relativizar o problema. É verdade que o calendário foi apertado. Mas isso não serve de desculpa. Pelo contrário: só escancara o quanto setores essenciais do clube operam de forma amadora, desorganizada e sem controle.