Beto Lago: ‘Esperar por um Sport diferente virou, infelizmente, um ato de fé’
O torcedor do Sport aguarda o calendário eleitoral para descobrir o futuro do clube
Publicado: 27/11/2025 às 08:26
Recife, PE, 25/10/2025 - SPORT X MIRASSOL - Na noite deste sábado(25), a equipe do Sport recebeu a equipe do Mirassol pelo Campeonato Brasileiro da Serie A 2025 na Ilha do Retiro. Hyoran (Rafael Vieira)
Ato de fé
Que venham as eleições no Sport. Aliás, que venham logo, porque dentro de campo a temporada morreu muito antes do apito final. O torcedor, exausto de transformar frustração em rotina, já não perde tempo com tabela: aguarda o calendário eleitoral como quem procura socorro. E nada é mais doloroso do que ver um clube do tamanho do Sport trocar a esperança do próximo jogo pela expectativa da próxima urna. A (falada) renúncia de Yuri Romão e Raphael Campos fez o Conselho correr para definir uma data. Situação que poderia ter sido resolvida antes pelos dirigentes. Cada dia jogado fora empurra 2026 mais para longe, como se o próximo ano já nascesse atrasado. Os nomes surgem: Severino Otávio (Branquinho) virou o candidato dos ex-presidentes. Matheus Souto Maior surge pelo movimento Leões pela Mudança. Marcos Cabral, do Sport na Vanguarda, vai apoiar Branquinho. E outros nomes podem surgir, mas terão que montar suas plataformas em tempo recorde. Talvez, a campanha mais curta da história política do futebol pernambucano. Depois de arremessado para o centro do furacão, Branquinho tenta reencontrar paz entre familiares e amigos em Bezerros, numa tentativa de se reconectar com as próprias raízes. Compreensível, depois de dias de reuniões, embates e tentativas de costurar uma unidade em um clube esfacelado. Mas o Sport também precisa respirar. Vive sufocado por problemas que todos conhecem, e por outros que insistem em surgir como fantasmas de uma gestão que desaprendeu a se antecipar. O torcedor aguarda o pleito como quem espera por uma trégua, uma luz distante. Importante: a eleição só valerá a pena se representar o fim da política miúda, do toma-lá-dá-cá que apequenou o clube, e o início de uma reconstrução firme, séria e sem autoengano. Criticar o time virou hábito. Criticar a gestão virou obrigação. Esperar por um Sport diferente virou, infelizmente, um ato de fé.
O advogado Eduardo Carvalho, que já foi candidato em eleições no Sport, defende também a saída de todo o conselho do clube. Segundo ele, por terem sido eleitos com o Executivos, deveriam ter a “elegância” de renunciar também. “Até para deixar o futuro presidente do clube mais à vontade para convidar aqueles que, no seu entender, estejam à altura do desafio que se apresenta instalado na Ilha do Retiro”, disse Eduardo Carvalho.
Limpeza institucional
Outro cardeal, que pediu o anonimato, também vai nesta linha. “O Sport precisa de uma limpeza institucional, não de sobreviventes políticos tentando se equilibrar entre grupos.” Para ele, hoje, o que deveria mover qualquer rubro-negro com cargo ou influência no clube é apenas uma pergunta: eu ainda faço parte da solução ou virei parte do problema?
Eu Odeio Rivellino
Parabéns ao amigo e escritor de primeira, Roberto Vieira. Seu conto “Eu Odeio Rivellino” está entre os 20 vencedores do Concurso de Crônicas do Museu do Futebol, selecionado entre 762 textos. Agora fará parte do acervo oficial. É uma homenagem sincera ao gênio Rivellino, que ele viu em campo, e que nasceu de uma capa histórica da Revista Placar, de 1970. Um trabalho brilhante do mestre das letras.