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COLUNA BETO LAGO

Beto Lago: ‘A queda do Sport é moral!’

O Sport está a 18 pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento, com apenas seis partidas restando para o final do campeonato

Beto Lago

Publicado: 10/11/2025 às 08:30

Time titular do Sport contra o Atlético-MG/ Igor Cysneiros/ Sport

Time titular do Sport contra o Atlético-MG ( Igor Cysneiros/ Sport)

Queda moral
É natural e totalmente compreensível que os sentimentos de vexame, vergonha e fracasso dominem o torcedor do Sport diante de uma campanha tão negativa no Brasileirão. O Sport, em campo, não apenas perdeu jogos, mas perdeu a dignidade e a identidade que o notabilizaram. O sentimento de vergonha transcende a tabela. O Sport tem a metade dos pontos da turma que está fora do Z4. Enquanto isso, Vitória e Juventude vêm dando sangue para sair da parte de baixo. A campanha do Leão é o reflexo de um departamento de futebol inoperante e incompetente. Os erros resultaram na montagem de um elenco sem alma e, em muitos casos, sem a qualidade mínima exigida pela Série A. É vergonha pelas trocas incessantes e tardias de comando técnico, expondo a falta de convicção da diretoria. O time não apresentou um padrão de jogo consistente em momento algum. O ataque foi inoperante, a defesa, insegura, e a criação, inexistente. O Sport foi, em essência, um time à deriva, incapaz de lutar de igual para igual contra adversários diretos e condenado pelos próprios erros muito antes do apito final do campeonato. A queda é moral. E a frustração é maior porque a torcida tentou fazer a sua parte - empurrou, acreditou e resistiu no que foi possível. Mas até ela cansa, como vimos nos dois últimos jogos na Ilha. Ainda mais por ver, em campo, a falta de garra, de ambição e de comprometimento em elenco com a história do Sport Club do Recife.

Limpar a casa
Diante do retorno à Série B, não há espaço para paliativos. É hora de usar a queda como choque de realidade e divisor de águas. A Segundona deve ser encarada como uma oportunidade de reconstrução, de "limpar a casa", resgatar o que o clube tem de melhor (sua identidade e sua torcida) e reformular o elenco com jogadores que entendam o peso da camisa e o que é o Sport.

Um novo técnico e romper vícios
O planejamento precisa começar do zero: escolher um treinador que conheça o vestiário de um clube e que seja parte principal na escolha do elenco, como também romper vícios internos do departamento de futebol. O rebaixamento é a consequência direta de uma gestão que falhou em tudo. Cabe transformar este fracasso em lição, para que esta queda moral seja o fim de um ciclo desastroso e o ponto de partida de um retorno digno à elite.

Não acertam uma
A incompetência é o espelho fiel da gestão do futebol. O repórter Antônio, da Rádio Jornal, revelou o episódio da braçadeira de capitão, retrato da imaturidade do executivo Thiago Gasparino. Tempos atrás, no podcast do GE, o diretor Enrico Ambrogini afirmou que, após o Sport abrir 2x0 e ceder o empate ao Santos, “aquilo não se repetiria.” Doze dias depois, o roteiro foi o mesmo diante do São Paulo: 2x2. E, no sábado, o golpe final, derrota por 4x2 para o Atlético/MG, de virada. Não acertam uma. Nem em campo, nem fora dele.

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