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Base ganha espaço no elenco principal do Sport em temporada caótica

Categoria ganha experiência no profissional e Zé Lucas se destaca como promessa; clube mira "Novo CT" como chance de desenvolver talentos

Gabriel Farias

Publicado: 24/09/2025 às 08:00

Zé Lucas, volante do Sport/Paulo Paiva/Sport Recife

Zé Lucas, volante do Sport (Paulo Paiva/Sport Recife)

O time principal do Sport enfrenta um ano de turbulência e flerta com o rebaixamento na Série A, mas as categorias de base seguem na direção oposta e vivem fase promissora. Em meio ao caos na Ilha do Retiro, os jovens formados no clube vêm ganhando espaço, acumulando conquistas e se consolidando.

Em fevereiro, o Leão renovou junto à CBF o Certificado de Clube Formador (CCF) pelo terceiro ano consecutivo. Recuperado em 2023, após três anos de ausência, o selo garante direitos sobre os atletas formados na base e atesta a estrutura oferecida. O passo seguinte foi a apresentação, no último dia 12 de setembro, do projeto do novo Centro de Treinamento, orçado em R$ 22 milhões, que promete se tornar polo moderno de desenvolvimento de talentos.

A nova estrutura é vista como chave para repetir operações como a venda de Pedro Lima ao Wolverhampton, em 2024, por 10 milhões de euros (R$ 61 milhões na época). Outro exemplo já desponta em 2025: o volante Zé Lucas, de apenas 17 anos, revelado no CT José de Andrade Médicis e integrado ao elenco profissional nesta temporada, atraindo olhares de clubes europeus.

EXPERIÊNCIAS NA EQUIPE PRINCIPAL

A confiança nos jovens se tornou ainda maior em meio à reformulação do elenco. Depois de afastar cinco atletas em julho, dias antes da reestreia de Daniel Paulista no comando, o Sport enxugou o grupo e promoveu sete jogadores da base ao profissional. Estão com o time os zagueiros Riquelme (18) e Felype Gabriel (19), o lateral Rafinha (19), os volantes Dedé (19) e Adriel (18), além dos meias Jefinho (18) e Gago (20).

Na eliminação para o Ceará nas quartas da Copa do Nordeste, sete atletas oriundos da base estiveram no banco de reservas. Nomes como Riquelme e Gago ganharam ainda mais projeção: o zagueiro foi eleito melhor jogador da categoria Sub-19 na MadCup deste ano, torneio disputado e vencido pelo Leão em Madri, enquanto o meia já havia sido eleito craque da competição em 2024 e marcou seu primeiro gol como profissional no Pernambucano.

O Campeonato Estadual, inclusive, foi de experiência para os garotos. Nos primeiros jogos, contra Afogados, Decisão e Retrô, o Sport entrou em campo com uma equipe majoritariamente formada pelo Sub-20. Foram três empates em 1 a 1, dentro de uma estratégia de preservar o elenco principal para uma pré-temporada mais longa e reduzir o risco de lesões ao longo do calendário.

VICTOR HUGO

Entre os jovens que chamaram atenção está Victor Hugo, lateral-esquerdo de apenas 16 anos. Formado no Boston City FC, o jogador passou pelo Sub-17 e Sub-20 antes de estrear pelo profissional na 23ª rodada da Série A, contra o Red Bull Bragantino, em Bragança Paulista. Em meio a desfalques, ganhou a confiança de Daniel Paulista e ficou com a titularidade na partida, atuando por 62 minutos.

EXPECTATIVA COM ZÉ LUCAS

Mas o maior ativo da base leonina em 2025 é Zé Lucas, de 17 anos. Capitão da Seleção Sub-17, o volante renovou contrato até 2028, com multa de 50 milhões de euros para o exterior (cerca de R$ 333 milhões) e 100 milhões para o mercado nacional. O Sport detém 90% dos direitos econômicos e já recebeu sondagens da Inglaterra entre 10 e 12,5 milhões de euros, mas prefere aguardar a Copa do Mundo Sub-17 antes de negociar.

A expectativa é de que Zé Lucas supere a venda de Pedro Lima e se torne a maior transferência da história do clube e do futebol nordestino. Na temporada leonina, o volante soma 29 partidas. 

Enquanto isso, os “Leões da Base” colecionam conquistas: neste ano, o Sub-19 faturou o bicampeonato invicto da MadCup, com sete vitórias, 38 gols marcados e nenhum sofrido. Um desempenho que reforça a força da formação rubro-negra.

Símbolo desse potencial é Joelinton, hoje estrela do Newcastle e com passagem na Seleção Brasileira, mas vendido em 2015 por apenas R$ 5,4 milhões. O caso serve de lição para que o Sport maximize o valor de suas joias atuais, em um momento no qual a base não apenas sustenta o presente, mas aponta o caminho para um futuro mais sólido em meio à crise.

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