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Beto Lago: 'Quando alguém não tem nada a oferecer, o silêncio se torna a resposta mais eloquente'

A postura de muitos dirigentes beira o deboche com o torcedor, que continua pagando ingresso, sofrendo na arquibancada e acreditando em promessas vazias

Beto Lago

Publicado: 05/09/2025 às 09:38

Ilha do Retiro, casa de todo rubro-negro/Rafael Vieira/DP

Ilha do Retiro, casa de todo rubro-negro (Rafael Vieira/DP)

O silêncio
Há momentos em que o silêncio é a resposta mais inteligente. O filósofo Sócrates disse que “quando alguém não tem nada a oferecer, além de ruídos e ofensas, o silêncio se torna a resposta mais eloquente.” Mas essa parece ser uma lição que dirigentes, treinadores e jogadores simplesmente se recusam a aprender. Quando a maré está favorável, correm para microfones e redes sociais, vendendo uma imagem de eficiência e “grande trabalho”. A autoproclamação de sucesso é imediata, quase automática. O problema surge quando o barco começa a afundar. A mesma disposição em falar some como mágica: o discurso vira fuga, a transparência dá lugar a desculpas esfarrapadas e, muitas vezes, à covardia de se esconder. Nos últimos dias as entrevistas que deveriam trazer explicações e clareza só serviram para alimentar desconfiança e expor ainda mais a falta de convicção dos projetos. É uma velha prática: bater no peito na vitória e sumir na derrota. É fácil cantar vitória, difícil é assumir responsabilidade. A postura de muitos dirigentes beira o deboche com o torcedor, que continua pagando ingresso, sofrendo na arquibancada e acreditando em promessas vazias. Jogadores e técnicos, por sua vez, preferem posar de vítimas quando a cobrança chega – esquecendo que foram eles mesmos que venderam a imagem de um “projeto sólido”. O torcedor não é ingênuo. Percebe a incoerência, a soberba no sucesso e o silêncio cúmplice no fracasso. E é justamente essa ausência de responsabilidade pública que corrói ainda mais a confiança nos gestores e no futebol local.

Para não parar a engrenagem
Venho destacando o Náutico como favorito não apenas ao acesso, mas também ao título da Série C. O técnico Hélio dos Anjos tem mostrado cuidado em blindar o elenco nesta reta decisiva. Nas entrevistas, ele insiste em convocar a torcida para que a engrenagem siga rodando sem falhas: dinheiro em dia, jogadores focados e os Aflitos sempre cheios. Esse é o tripé que pode sustentar o sonho alvirrubro.

Bicho molhado
Arquibancada lotada significa pressão do primeiro ao último minuto – e isso o Náutico tem de sobra quando joga em casa. Fora de campo, porém, a diretoria precisa garantir recursos para manter o fôlego financeiro. O tradicional “bicho molhado”, que conta com o apoio de torcedores abnegados, segue como combustível extra para os jogadores. Dentro das quatro linhas, Hélio promete manter o time vibrante, competitivo e sempre em busca da vitória.

Torneio de Beach Tennis
De 19 a 21 deste mês, o Empório Reserva do Paiva será palco da etapa pernambucana do Track&Field Open de Beach Tennis. Sob a coordenação técnica de Deco Nonato, a competição deve reunir cerca de 300 atletas vindos de vários estados do País. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo link disponível na bio do perfil oficial: @trackfieldrecife.

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