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Daniel Paulista critica herança recebida no Sport: 'Não existia legado, modelo de jogo ou base'

Técnico fala sobre dificuldades no comando da equipe, alto número de mudanças e pressão por resultados na Série A

Paulo Mota

Publicado: 01/09/2025 às 10:23

Daniel Paulista, técnico do Sport/Rafael Vieira

Daniel Paulista, técnico do Sport (Rafael Vieira)

Em meio à pressão por resultados e a instabilidade do Sport, o técnico Daniel Paulista fez um desabafo sincero sobre os desafios enfrentados desde que assumiu o comando da equipe. Após mais uma atuação marcada por oscilações dentro de campo, o treinador apontou a ausência de estrutura tática e base deixada por técnicos anteriores como um dos principais obstáculos no processo de reconstrução do elenco rubro-negro.

“Sei que é muito difícil, sempre reconheci que seria muito complicado o nosso momento. Quando nós assumimos, na minha visão, não existia nenhum legado deixado, não existia um modelo de jogo definido, não existia uma base”, afirmou Daniel Paulista, em entrevista coletiva.

O treinador ainda destacou o grande número de mudanças no elenco em curto espaço de tempo e reforçou que diversos jogadores que são titulares não estavam no clube antes de sua chegada. Para o comandante, essa rotatividade dificulta a construção de um modelo de jogo consistente. “O time mudou muito. Em tão pouco tempo, fazer tantas mudanças não é fácil. Não é fácil encontrar um modelo de jogo ideal que apresente resultados e que também faça o atleta individualmente performar”, explicou.

Daniel também chamou a atenção para o fator emocional. Segundo ele, além do desafio técnico e tático, há o peso psicológico que os jogadores enfrentam ao defender um clube com a grandeza do Sport. “A pressão que existe também é comunicada. A chegada de novos atletas exige tempo de adaptação. São seres humanos, e não é fácil encarar jogos com a pressão que existe numa equipe grande como o Sport”, apontou.

Apesar das dificuldades, o técnico ressaltou o comprometimento do grupo e a evolução em alguns aspectos coletivos. No entanto, admitiu que o time ainda apresenta oscilações durante as partidas e carece de eficiência nas finalizações — algo que pesa em uma competição do nível da Série A.

“A equipe tem se doado. Claro que só vontade não é suficiente. Em alguns momentos temos mostrado organização, treinamento, você vê que há um coletivo. Mas há muitos momentos de oscilação. E na Série A, quando o adversário tem uma chance, ele mata. Nós, às vezes, criamos até bastante, mas não temos a mesma eficiência”, ressaltou.

Daniel concluiu reafirmando seu comprometimento em tentar reverter o cenário e salvar a temporada do Leão, apesar das dificuldades. “Estamos trabalhando muito para salvar a equipe e a temporada. Mas são muitas mudanças acontecendo em pouco tempo. É muito difícil fazer dessa forma, principalmente na Série A”, finalizou.

 

 

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