Sport busca punir envolvidos em invasão ao CT e questiona posicionamento da Polícia Militar
Presidente do Conselho Deliberativo classifica ação de membros da organizada como criminosa
Publicado: 17/07/2025 às 18:55

Torcida organizada do Sport invade o Centro de Treinamento José de Andrade Médicis (Reprodução/ redes sociais)
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (17), o presidente do Conselho Deliberativo do Sport, Ademar Rigueira, fez duras críticas à invasão ao centro de treinamento do clube rubro-negro, ocorrida na última quarta (16).
A ação dos torcedores uniformizados resultou em agressões e causaram depredações no patrimônio do clube. Em tom firme, o dirigente classificou os atos como criminosos, deu detalhes de como tudo ocorreu e criticou o posicionamento oficial da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE).
"O Sport tinha conhecimento (do protesto). Houve contato das torcidas organizadas em relação ao retorno da equipe do jogo contra o Juventude, e a informação que eles deram era de que não iriam para o aeroporto, mas viriam ao CT. Isso, inclusive, foi divulgado em toda a mídia. Desde logo, o Sport sempre se colocou à disposição para esse tipo de coisa. O que é normal, na situação em que o Sport está hoje, é ter cobrança, protesto. Isso faz parte do futebol e da vida, é inerente a quaisquer atividades. Mas, até então, era uma manifestação de protesto na frente do CT", detalhou Rigueira.
A diretoria do Sport chegou a considerar uma tentativa de mediação sobre o protesto. Ademar Rigueira relembrou a reunião que ocorreu em maio, entre membros de organizadas e atletas do atual elenco rubro-negro. Há quase dois meses, o clube leonino tinha comunicado de que o encontro havia ocorrido de forma "pacífica e respeitosa".
"Havia uma disposição do Sport de tentar evitar que esse protesto se tornasse algo mais agressivo, com danos ao patrimônio do clube ou à integridade dos jogadores. Então houve uma preocupação em tentar amenizar o máximo possível, de fazer o que se fez da outra vez, que foi uma reunião respeitosa, sem violência entre atletas e torcidas organizadas", explicou.
"Se falou com os dirigentes, principalmente os do futebol, e se falou com o técnico sobre a possibilidade de fazer algum contato com a torcida justamente para evitar algo mais agressivo. As pessoas se colocaram à disposição. O Daniel se colocou à disposição, dirigentes e alguns jogadores também. Por uma proteção maior, a ideia era fazer isso fora do CT", completou o dirigente.
Ainda assim, a situação escalou. Imagens que circularam nas redes sociais mostram integrantes da torcida organizada quebrando câmeras de segurança do centro de treinamento, além do momento da agressão ao centroavante Pablo.
Ação da Polícia Militar
Ademar Rigueira comentou que a atuação da Polícia Militar no momento da invasão é algo que precisa ser explicado. Ainda segundo o advogado, a presença da PMPE foi através de uma solicitação do Sport, para que a segurança privada do clube tivesse um suporte. A Polícia Militar informou, por meio de nota, que foi ao local de forma preventiva, antes da chegada dos torcedores, e que o ato ocorreu de "forma pacífica", sem necessidade de intervenção.
"A presença da Polícia Militar no Sport foi através de uma solicitação. Quando o Sport tomou conhecimento de que a torcida viria para uma manifestação de protesto, comunicou com antecedência à polícia, para que desse um suporte à segurança privada do clube. Ela se fez presente inicialmente. Na hora da invasão, pelos relatos que temos, a polícia não estava no local", disse Rigueira.
"Isso pode ter sido um engano, mas o que se sabe é que a polícia não estava lá. Ela chega depois da invasão. A polícia relatar que não houve atos de violência é absurdo, chega a ser grave essa afirmação, porque o clube foi invadido, foi depredado, houve dano ao patrimônio. A polícia se manteve ausente desse confronto. Não teve nenhuma atitude, mesmo que preventiva. O relato é realmente estranho", completou.
Sport promete identificar os envolvidos na invasão
Ademar Rigueira confirmou que o Sport tem reunião marcada com o Ministério Público nesta sexta-feira (18), pela manhã. O clube ressaltou que tomará todas as medidas cabíveis para identificar e punir os responsáveis, com o apoio das autoridades competentes. O Rubro-Negro analisa o material de segurança que registrou a invasão ao CT.
"Estamos agora buscando a identidade das pessoas. Estamos levantando todos os vídeos, tudo o que foi divulgado sobre isso. Vamos tentar fazer uma comparação com a biometria facial, porque nós temos as lideranças que todos conhecem, e esses já estão identificados. Vamos levar os nomes ao Ministério Público. Estamos analisando também o restante das pessoas que conseguirmos identificar, mas todos os envolvidos nesses atos criminosos o Sport vai buscar punir. É uma posição que a diretoria tomou, e é intransigente em relação a isso. O Sport não quer mais ter contato com a organizada", disse o presidente do Conselho Deliberativo.

