Investidor da SAF compara gestão do Santa Cruz à do Sport: 'Teríamos feito diferente'
Investidor da SAF do Santa Cruz, Iran Barbosa, critica modelo do Sport e defende gestão sustentável
Publicado: 16/09/2025 às 11:26

Iran Barbosa, investidor da SAF do Santa Cruz (Rafael Vieira)
O investidor Iran Barbosa, representante da SAF do Santa Cruz, criticou o modelo de gestão financeira adotado pelo arquirrival Sport. Em entrevista ao podcast Beberibe 1285, o empresário defendeu uma abordagem mais sustentável para o uso de recursos, com foco em estrutura e geração de receitas a longo prazo, em vez de investimentos imediatos no elenco.
Segundo o investidor, o grupo à frente da SAF Coral tem uma visão de longo prazo, com foco em estruturação e geração de receita recorrente, ao invés de investir pesadamente em contratações pontuais. Ele argumenta que a aplicação inteligente dos recursos pode garantir competitividade de forma contínua, sem comprometer as finanças.
“R$ 120 milhões, para você ter uma ideia, hoje no banco rendem de R$ 25 a R$ 30 milhões por ano. Gastar metade disso comprando jogadores, sendo que se você colocar no banco para render, você consegue gastar R$ 30 milhões por ano para o resto da vida. São decisões que mudam o rumo do clube”, disse o empresário.
Iran Barbosa afirmou ainda que o perfil da SAF do Santa Cruz é o de pessoas que, além de entenderem de futebol, têm experiência com finanças e gestão de ativos. A estratégia seria transformar o Santa Cruz em um clube economicamente forte, algo que, segundo ele, é condição fundamental para o sucesso esportivo.
“Nosso perfil é esse: é uma SAF que tem conhecimento de futebol, sim, mas, acima de tudo, a gente conhece de dinheiro. Fazer esse dinheiro crescer dentro da estrutura é o que vai fazer o Santa Cruz ficar um time rico. É muito difícil você ver um time rico e ruim”, ressaltou.
Contraste de modelos
A fala de Iran Barbosa expõe o contraste entre dois modelos de gestão que têm ganhado espaço no futebol brasileiro: o imediatista, baseado em investimentos agressivos no elenco, e o de desenvolvimento sustentável, com foco na base, estrutura e geração de receitas recorrentes.
Com a SAF ainda em fase de implementação, o Santa Cruz aposta na reconstrução gradual e sólida, em busca de retomar o protagonismo no cenário regional e nacional. A estratégia pode não entregar resultados imediatos em campo, mas promete evitar os ciclos de endividamento que marcaram a história recente de muitos clubes tradicionais do país.

