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Arena de Pernambuco apresenta problemas e preocupa para jogos decisivos do Santa Cruz

Torcedores do Santa Cruz denunciaram bancos de reservas deteriorados, cadeiras quebradas, refletores queimados, gramado desgastado e telões sem funcionar

Paulo Mota e Caio Antunes

Publicado: 29/07/2025 às 16:59

Arena Pernambuco com problemas na estrutura/Reprodução e Rafael Vieira

Arena Pernambuco com problemas na estrutura (Reprodução e Rafael Vieira)

A Arena de Pernambuco, palco de jogos da Copa do Mundo de 2014 e futura sede da Copa do Mundo Feminina de 2027, voltou a receber o Santa Cruz no último domingo (27). No entanto, a primeira impressão dos torcedores não foi positiva, já que diversas falhas na estrutura e na manutenção do estádio foram denunciadas nas redes sociais.

Imagens e relatos compartilhados nas redes sociais apontaram diversos sinais de abandono. Torcedores denunciaram bancos de reservas deteriorados, cadeiras quebradas, refletores queimados, gramado desgastado e telões sem funcionar. A situação causou indignação entre os tricolores, que esperavam mais da Arena, considerada uma das mais modernas do país.

Além disso, a forte chuva que caiu no Recife antes da partida agravou ainda mais a condição do gramado, que apresentou poças d’água e lama em vários trechos do campo. Vale lembrar que o estádio recebeu o duelo entre Retrô e Ypiranga-RS, pela Série C, um dia antes, o que pode ter contribuído para o desgaste do campo.

Apesar dos problemas estruturais, a direção do Santa Cruz planeja continuar utilizando a Arena Pernambuco como casa durante o restante da temporada. A expectativa é que o público aumente nos jogos decisivos da fase mata-mata, com a possibilidade de atingir a capacidade total do estádio, que ultrapassa os 45 mil lugares. Vale lembrar que a Arena Pernambuco também é a casa do Retrô, que disputa a Copa do Brasil e a Série C do Campeonato Brasileiro.

 

O que diz a gestão da Arena


Em nota oficial enviada à reportagem, a administração da Arena de Pernambuco ressaltou o volume excepcional de chuvas na Região Metropolitana do Recife como justificativa para o estado atual do gramado. Assim que tiver condições adequadas de trabalho, quando a superfície estiver seca, a equipe técnica da Arena dará início a seis ações corretivas de maneira emergencial no gramado.

Em relação às cadeiras quebradas vistas na arquibancada, a Arena destacou que o clube responsável pelos danos já foi formalmente notificado. Agora, a substituição das unidades danificadas depende do processo licitatório e está contemplada no plano de modernização do estádio.

Sobre os telões que não estavam funcionando no jogo do último domingo, a Arena ressaltou que os equipamentos já estão com um projeto de licitação em andamento. Sobre o reconhecimento facial – já utilizado nos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro – a gestão garantiu que está em processo de instalação, com inauguração prevista para os próximos dias.

Por fim, a nota cita que a gestão atual está à frente da Arena de Pernambuco há apenas quatro meses e já deu início aos processos necessários para enfrentar desafios estruturais que se arrastam desde 2012.


A diretora-presidente da Arena de Pernambuco, missionária Michele Collins, reforçou: "Estamos trabalhando com seriedade e responsabilidade para recuperar a Arena que encontramos. São muitos desafios, mas estamos confiantes de que, com fé, trabalho e parcerias, a Arena viverá um novo tempo. Nosso foco está na modernização do espaço e no cuidado com cada detalhe”, disse.

 

Alto custo para a construção

Inicialmente orçada em R$ 479 milhões, a construção da Arena de Pernambuco custou R$ 532,6 milhões, na estimativa inicial. Com o valor podendo chegar a R$ 743 milhões, dependendo de outros gastos.

Além da Arena em si, o projeto também contava com uma “Cidade da Copa”. A ideia inicial era a construção de uma cidade planejada, com diferentes comércios e até moradias nas imediações do estádio. No entanto, nada foi concretizado na prática e hoje não existe mais viabilidade econômica para o projeto.

Além dos gastos em sua construção, a Arena de Pernambuco ainda custa mensalmente para o Governo do Estado. Com ainda uma baixa demanda de eventos e jogos, o estádio custa aos cofres públicos.

 

Futuro

A Arena Pernambuco, que pertence ao Governo do Estado e será uma das sedes da Copa do Mundo Feminina de 2027, está sob crescente pressão para receber a devida manutenção e estar em plenas condições até o evento. Na última semana, o Governo de Pernambuco instituiu o Grupo Executivo para Planejamento e Coordenação da Copa do Mundo FIFA Feminina 2027 (Gecopa Pernambuco 2027), responsável por acompanhar e organizar as ações necessárias. Para atender aos rigorosos requisitos da FIFA, a arena deverá passar por processos de adequação e modernização.

Um terceiro evento de porte mundial no estádio poderá deixar um legado diferente em relação ao que vinha acontecendo. Com a expectativa de modernização e melhorias necessárias, a Arena de Pernambuco pode passar a ser um centro esportivo de maior apelo, sobretudo para o aumento da demanda de jogos.

 

 

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