Confira cinco pontos marcantes das campanhas de acesso de Náutico e Santa Cruz em 2025
O Timbu garantiu o seu retorno à Série B, enquanto a Cobra Coral retornou para a Série C do Brasileiro
Publicado: 13/10/2025 às 18:33

Jogadores de Náutico e Santa Cruz em jogos do acesso (Nanda Prista e Caio Falcão/Esp DP)
As campanhas de acesso de Náutico e Santa Cruz em 2025 foram marcadas por emoção do início ao fim. Enquanto o Timbu garantiu o retorno à Série B do Campeonato Brasileiro, a Cobra Coral retornou à Série C. Ambas as trajetórias tiveram momentos de superação, protagonismo e apoio incondicional das torcidas.
Disputando os respectivos acessos até o último jogo nas campanhas nacionais, Náutico e Santa Cruz viveram grandes dramas para chegar ao objetivo final. A seguir, destacamos cinco pontos fundamentais para o sucesso dos clubes pernambucanos:
Náutico:
1. Hélio dos Anjos: nome e sobrenome do acesso
A chegada do técnico Hélio dos Anjos e sua comissão técnica mudou o patamar e as expectativas do Náutico para o andamento da temporada. Assumindo uma equipe desacreditada, Hélio mudou radicalmente o desempenho dentro de campo e elevou o nível de jogo do Timbu. Mesmo com oscilações durante o quadrangular final, o comandante alvirrubro seguiu dando respostas com o trabalho feito. Contratado para buscar mais um acesso com o Náutico, Hélio dos Anjos concluiu o seu objetivo com trabalho árduo e muita competência nas contribuições esperadas de um exímio comandante.
2. Paulo Sérgio: artilheiro e herói
Para dentro do campo, o acesso obtido pelo Náutico passa diretamente pelos pés do artilheiro Paulo Sérgio. Sofrendo com problemas físicos durante toda a temporada e com dificuldades de se manter disponível, o camisa nove deu a volta por cima e marcou gol nas duas partidas finais do quadrangular. Atuando praticamente no sacrifício, Paulo demonstrou o seu faro e marcou o gol do acesso do Timbu - o segundo e de desempate na vitória sobre o Brusque. Antes, o atacante já havia marcado o gol de empate contra o Guarani, que manteve os alvirrubros com chances matemáticas de acesso na última rodada.
3. Muriel: segurança debaixo das traves
O acesso do Náutico passou obrigatoriamente pelo desempenho defensivo da equipe. Obtendo o menor número de gols sofridos na história da primeira fase da Série C no atual formato, o Timbu teve o seu sistema defensivo como o grande trunfo para subir de divisão. Debaixo das traves, o clube encontrou a segurança do goleiro Muriel. O arqueiro contribuiu diretamente nos números defensivos, trazendo experiência e segurança, e foi fundamental para defesas decisivas no quadrangular de acesso, em especial com intervenções no jogo da 5ª rodada contra o Guarani.
4. Torcida: caldeirão fundamental na hora decisiva
Já obtendo uma média expressiva em relação aos concorrentes durante toda a Série C do Campeonato Brasileiro, o torcedor alvirrubro chegou ainda mais fortes para a segunda fase. Nos três jogos do Timbu em casa pelo quadrangular, mais de 45 mil alvirrubros compareceram ao estádio dos Aflitos. Transformando o estádio em um verdadeiro caldeirão, a torcida do Náutico obteve papel fundamental na vitória decisiva contra o Brusque, que garantiu o acesso à Série B.
5. Reabilitação: acesso após momento de baixa
Realizando uma primeira fase de resultados expressivos, onde terminou na 3ª posição, o Náutico chegou ao quadrangular como um dos grandes favoritos ao acesso. No entanto, a equipe alvirrubra passou por um momento de oscilação e baixo rendimento justamente na hora decisiva da competição. Perdendo dois jogos seguidos nos Aflitos e chegando a quatro jogos sem vitória dentro da segunda fase, o Náutico mostrou resiliência e fez sua parte na última rodada, reencontrando o caminho da vitória e conquistando o sonhado acesso.
Santa Cruz:
1. Torcida: o combustível coral
A torcida do Santa Cruz foi um dos principais pilares do acesso. Com média superior a 26 mil torcedores por jogo, a presença nas arquibancadas do Arruda e da Arena Pernambuco foi decisiva nos momentos mais delicados da campanha. Na semifinal da Série D, diante do América-RN, a torcida coral igualou o recorde de público da Arena Pernambuco — 45,5 mil presentes — estabelecido na final do Pernambucano entre Sport e Náutico. Além dos bons públicos em casa, os tricolores encararam longas viagens para apoiar o time, reforçando a força e a paixão da Cobra Coral.
2. Rokenedy: herói do acesso
A trajetória do goleiro Rokenedy em 2025 é digna de roteiro de cinema. Apontado inicialmente como terceira opção no elenco, o jovem arqueiro superou falhas e desconfianças para se tornar protagonista da campanha do Tricolor do Arruda. Reassumiu a titularidade na reta final da primeira fase e brilhou nos mata-matas. Contra o Sergipe, defendeu duas penalidades decisivas. Diante do Altos-PI, nas oitavas, pegou três cobranças e foi peça-chave na classificação. Nas partidas do acesso contra o América-RN, novamente teve atuações seguras, consolidando seu papel fundamental no elenco.
3. Thiago Galhardo: liderança fora de campo
Principal contratação tricolor para a Série D, o atacante Thiago Galhardo não teve números expressivos — apenas sete gols em 22 jogos — mas cumpriu papel vital no vestiário. Com experiência e postura de liderança, uniu o grupo em momentos críticos e ajudou a manter a confiança do elenco nos momentos de oscilação. Mesmo com desempenho abaixo do esperado em campo, Galhardo foi uma referência fora das quatro linhas e teve papel crucial na retomada do clube à Série C.
4. Marcelo Cabo: criticado, mas eficiente
Apesar das críticas da torcida pelo desempenho irregular na reta final da Série D, o técnico Marcelo Cabo atingiu o principal objetivo da temporada: o acesso. Sob seu comando, o Santa Cruz alternou boas atuações com jogos apagados, o que gerou dúvidas quanto à consistência do trabalho. Ainda assim, Cabo conseguiu montar uma equipe competitiva nos momentos decisivos, principalmente nos confrontos eliminatórios. A missão foi cumprida, mesmo que com ressalvas quanto à identidade de jogo apresentada.
5. SAF: suporte decisivo
Mesmo antes de formalizar a aquisição definitiva do clube, a SAF Cobra Coral Participações S.A. já exercia forte influência nos bastidores do Santa Cruz. Com indicações técnicas, como as contratações de Felipe Alves e Thiago Galhardo, e injeções financeiras pontuais — especialmente para manter salários em dia —, os investidores ajudaram a garantir a estabilidade necessária ao elenco.

