Beto Lago: 'Agora é pressão total da torcida no Caldeirão dos Aflitos'
Para se classificar, o Náutico precisa vencer o Brusque e torcer para para o Guarani perder contra a Ponte Preta
Publicado: 06/10/2025 às 08:04

Torcida do Náutico faz caldeirão nos Aflitos (Gabriel França/ CNC)
Agora é no Caldeirão
O mais importante da “Missão Campinas” para o Náutico era voltar vivo para a decisão nos Aflitos. E voltou. Dois empates mantiveram o Timbu respirando. Diante da Ponte Preta, teve a vitória nas mãos e deixou escapar nos acréscimos. Contra o Guarani, saiu atrás e, com sofrimento, buscou o empate na reta final. Uma derrota teria encerrado o sonho do acesso ali mesmo. Por isso, Hélio dos Anjos montou um time ofensivo, consciente de que a margem de erro era zero. O jogo foi equilibrado até o gol do Bugre no fim do primeiro tempo, e a angústia tomou conta da torcida alvirrubra. Com um a mais, o Náutico se salvou graças ao goleiro Muriel (que evitou o segundo quando o time ainda perdia) e ao oportunismo de Paulo Sérgio, aos 38, garantindo a sobrevida. Agora, a decisão é no Caldeirão dos Aflitos, onde o Timbu vai jogar a vida. São vários os cálculos: precisa vencer o Brusque e torcer para que o Guarani perca o dérbi campineiro para a Ponte Preta, e assim, classificar-se por pontos (8 a 7). Se houver empate com gols no clássico, o Náutico tem que tirar quatro gols de saldo sobre os catarinenses. Caso o clássico termine 0x0, o Timbu pode avançar com três gols de diferença, desde que vença por placar a partir de 4x1. Sem esquecer que o Brusque também vem para Recife para brigar pela última vaga. Sobrou emoção e tensão na Série C. Agora é coração na ponta da chuteira e pressão total no Caldeirão.
O acesso à Série C era a meta. Foi alcançada. Mas o vice-campeonato do Santa Cruz deixou um gosto amargo e uma sensação de frustração difícil de esconder. O time caiu de rendimento nas partidas mais importantes. O empate que garantiu o título ao Barra foi o retrato cruel de um Tricolor limitado, previsível e sem poder de reação. Além da taça, o Santa desperdiçou a vaga direta na terceira fase da Copa do Brasil de 2026, o que seria benéfico financeiramente. Fica a lição: o acesso não apaga a queda de desempenho nem mascara a necessidade urgente de um elenco mais competitivo e de um projeto que vá além do imediatismo.
Arbitragem brasileira
A CBF precisa encarar a arbitragem como questão de Estado dentro do futebol. É preciso implantar a profissionalização definitiva, com dedicação exclusiva, investimento em formação técnica, acompanhamento físico e psicológico, intercâmbio com outras ligas e uso inteligente da tecnologia. O País que exporta jogadores alto nível para o mundo da bola não pode continuar importando lições de arbitragem. Nesta semana, escrevo mais sobre o assunto.
Empate com raça
O Sport mostrou aplicação e entrega em campo no empate em 1x1 diante do Cruzeiro, que briga pelo título. O Leão marcou forte, reduziu os espaços e apostou na velocidade dos atacantes. Derik abriu o placar no fim do primeiro tempo, e na etapa final, Gabigol empatou. O árbitro Jefferson Ferreira de Moraes deixou de marcar um pênalti claro sobre o zagueiro Ramon, agarrado dentro da pequena área. Apesar do empate não ter contribuído na tabela, a atuação aguerrida agradou à torcida pelo esforço da equipe até o apito final.

