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Chelsea e PSG decidem Mundial impulsionados por donos bilionários

Chelsea e Paris Saint-Germain decidem neste domingo, a partir das 16h (de Brasília), quem levanta o inédito troféu do Mundial de Clubes

Estadão Conteúdo

Publicado: 13/07/2025 às 09:58

PSG está classificado para a final da Copa do Mundo de Clubes/ANGELA WEISS / AFP

PSG está classificado para a final da Copa do Mundo de Clubes (ANGELA WEISS / AFP)

 

Chelsea e Paris Saint-Germain decidem neste domingo, a partir das 16h (de Brasília), quem levanta o inédito troféu do Mundial de Clubes. Ingleses e franceses se enfrentam no MetLife Stadium com uma semelhança: ambos chegaram ao topo a partir de investimentos bilionários de seus donos, os magnatas Todd Boehly e Nasser Al-Khelaifi. O perfil de investimento dos dois na montagem do elenco também se assemelha, de modo que a prioridade é apostar em jovens talentos.

Desde maio de 2022, o Chelsea pertence a um grupo de empresários liderado pelo americano Todd Boehly, dono do time de beisebol Los Angeles Dodgers. Ele comprou por 4 bilhões de libras (R$ 29 bilhões na cotação atual) a agremiação do magnata do petróleo russo, Roman Abramovich, que decidiu vender suas ações para não sofrer sanções do governo britânico assim que as tropas russas invadiram a Ucrânia, no fim de fevereiro daquele ano.

Como Abramovic, Boehly manteve o Chelsea como protagonista no mercado. Só nesta janela de transferências, foram gastos 243 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) em contratações, segundo números do Transfermarkt.

A presença na final oferece ao técnico Enzo Maresca a chance de redenção após ser questionado devido a dificuldades em alcançar o topo com um elenco que custou mais de 1 bilhão de euros na ultima temporada e que foi seguidamente renovado, com a aquisição de jovens caros e talentosos. No cargo desde junho do ano passado, ele ganhou apenas a Conference League, título de menor importância na Europa.

"O PSG é provavelmente o melhor time do mundo no momento. Eles estão mostrando isso nessa competição. Vai ser um grande desafio", resumiu Maresca.

A partida será um jogo de xadrez, comparou o italiano. "Não acredito em movimentos de xadrez durante as partidas, mas o técnico precisa reagir quando o outro técnico reage. Será um jogo de xadrez contra Luis Enrique, mas vamos tentar nos divertir."

Para o argentino Enzo Fernández, o Chelsea vai encarar o "melhor time do mundo", considerado favorito. "Mas temos um grande grupo e saberemos usar nossas armas", ressaltou. "É muito importante esse título a nível de clubes."

Fernández não sabe se terá ao seu lado o parceiro Moisés Caicedo, com o qual forma uma das melhores duplas de volante do mundo. O equatoriano se recupera de entorse no tornozelo esquerdo e não treinou na sexta-feira.

Na frente, um dos protagonistas é o português Pedro Neto, que quer dedicar a conquista ao amigo Diogo Jota, morto há duas semanas em acidente de carro. "Temos feito coisas boas e melhorado muito. Todos nós acreditamos que esta equipe pode fazer mais."

 

 

NO PSG, A ESTRELA SÃO TODOS

Considerado um dos homens mais ricos do mundo, Al-Khelaifi, de 51 anos, está à frente do PSG há mais de uma década e não se importa em gastar quantias estratosféricas para fazer com que o clube domine o futebol mundial. Ex-tenista profissional e membro da família real do Catar, o dono da Qatar Sports Investments conseguiu primeiro tornar o clube soberano na França. Agora, o projeto alcançou seu auge com a conquista da Champions League a partir de uma mudança importante.

Depois de se livrar de Neymar, Messi e Mbappé, o PSG continuou a gastar quantias vultosas para trazer protagonistas. A diferença é que nenhum é do calibre dos três, mas todos jogam para o time, como preza e determina o técnico Luis Enrique.

Uma alteração profunda da diretoria na estratégia de contratações renovou a equipe, formada hoje por muitos jovens, e o plano deu certo. Os franceses ganharam tudo o que disputaram na última temporada, incluindo a Champions League pela primeira vez. Buscam, agora, a taça do Mundial - o time nunca ganhou o torneio organizado pela Fifa, seja ele em qualquer versão.

A explicação para essa mudança de rumo na política de reforços passa pela administração do Qatar Sports Investments (QSI) fundo ligado ao Governo do Catar, que se tornou dono majoritário do PSG em 2011. O país do Oriente Médio tinha de contratar grandes astros para tornar o time conhecido antes da Copa do Mundo de 2022, sediada pela nação árabe. O outro motivo é simples: o fracasso esportivo com as estrelas em campo.

A estratégia mudou, o investimento caiu um pouco, mas o clube segue sendo um dos que mais gasta com reforços no mundo. Em 2024-25, investiu mais de 239 milhões de euros (R$ 1,56 bilhão) em contratações, pouco mais do que a quantia gasta apenas em Neymar sete anos antes. Em 2023-24, foram 454 milhões de euros (R$ 3 bilhões) torrados em novos atletas pelo clube francês.

O posicionamento e movimentação dos jogadores do PSG revela uma sincronia pouco vista e os gols divididos entre diferentes atletas demonstram que a estrela do grupo é, mesmo, o coletivo, como realçam todo os jogadores. Todos se dedicam a marcar, a construir e a atacar. O coração da equipe é o meio de campo, setor em que jogam os portugueses João Neves e Vitinha e o espanhol Fabián Ruiz.

Do vice-campeonato europeu em 2020, resta apenas o zagueiro brasileiro Marquinhos, capitão da equipe.

O campeão vai levar US$ 40 milhões brutos (cerca de R$ 223 milhões), enquanto que o vice ficará com US$ 30 milhões (R$ 166 milhões). O PSG arrecadou US$ 77,5 milhões até o momento, e o Chelsea embolsou US$ 75,2 milhões. Portanto, com ou sem a taça, os dois vão voltar para casa com mais de US$ 100 milhões.

FICHA TÉCNICA:

CHELSEA - Sánchez; Reece James, Adarabioyo, Chalobah e Cucurella; Caicedo, Enzo Fernández e Cole Palmer; Pedro Neto, Nkunku e João Pedro. Técnico: Enzo Maresca.

PARIS SAINT-GERMAIN - Donnarumma; Hakimi, Marquinhos, Beraldo e Nuno Mendes; Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz; Kvaratskhelia, Doué e Dembélé. Técnico: Luis Enrique.

ÁRBITRO - Alireza Faghani (AUS).

HORÁRIO - 16h (de Brasília).

LOCAL - MetLife Stadium, em New Jersey (EUA).

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