Focar em afinidades é o caminho para abrir uma franquia
Em entrevista ao Diario, a empreendedora especialista em desenvolvimento de negócios, Lyanna Bittencourt, mostra principais passos para quem deseja entrar no ramo bilionário de franquias
Publicado: 14/07/2025 às 04:00

Lyana Bittencourt (Divulgação)
As redes de franquias registraram um avanço de 8,9% na receita no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2024, atingindo R$ 65,967 bilhões no Brasil, segundo a Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor de franquias realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Mesmo com a cifra milionária, esse mercado é um caminho que vai muito além do conhecimento pela visão de consumidor.
Em entrevista ao Diario, a empreendedora especialista em varejo, franchising e desenvolvimento de negócio, Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, detalha o passo a passo para se iniciar no mercado de franquias e aponta os principais desafios e erros que precisam ser evitados para o negócio dar certo.
BUSCAR AFINIDADES
A orientação para um profissional que queira abrir um negócio é, primeiro, fazer uma avaliação das suas reais afinidades. É muito diferente a pessoa gostar de ir a um restaurante e querer estar na cozinha de um restaurante. A primeira avaliação deve ser muito pessoal do que a pessoa tem de fato afinidade para executar, já que ela será responsável pela gestão do negócio. Em segundo lugar, é ideal começar uma pesquisa baseada nessas afinidades e de quais são as marcas teriam sinergia com elas. Por exemplo, se a pessoa gosta muito de moda, então ela pode procurar uma marca de vestuário.
INVESTIMENTO INICIAL
Quando escolher as marcas potenciais e receber informações dessas marcas, o interessado deve ser o mais detalhista possível na análise. E caso sinta que, por exemplo, não existe previsão no investimento de capital de giro, é importante questionar sobre isso e outras questões como tempo de abertura de loja e contratação adicional de funcionários. É muito importante que o franqueado esteja seguro sobre o investimento inicial da unidade porque é ruim para a operação quando o candidato não tem o investimento e acha que vai se capitalizar com capital de giro no começo.
PREVISÃO DE CENÁRIOS
No momento da aquisição da franquia, normalmente as pessoas estão tão apaixonadas pelo seu sonho que fazem só cenários otimistas e acho isso um erro. A pessoa precisa ter a clareza de que o negócio tem tempo de maturação e que aquele mercado pode se comportar melhor ou pior do que a planilha está indicando, porque normalmente a planilha é uma média. Então é interessante fazer a análise de viabilidade e da condição financeira para operar o negócio
CONVERSA COM FRANQUEADOS
Quando avança no negócio, o franqueador precisa entregar circular de oferta. Nesse momento, existe uma obrigação legal de abrir todos os dados de franqueados e ex-franqueados. E eu indico para os candidatos conversarem com franqueados que estão na rede para saber pontos de dificuldade e facilidade. O que eles deveriam estar atentos é o se a franqueadora suporta adequadamente. Ser franqueado não é competir com outro negócio, é ter a possibilidade de trocar com pessoas que operam o mesmo negócio.
PONTO COMERCIAL
Depois do desafio da aprovação, vem a questão do ponto comercial. Esse é sempre um item sensível. Um bom candidato em ponto ruim não vai conseguir performar tão bem quanto deveria. Então a busca pelo ponto não deve ter pressa e, sim, o máximo de segurança possível com estudos e análise da geografia de mercado.
ERROS COMUNS
Os principais erros são: olhar por segmentos crescentes e não por segmentos de afinidade. Em segundo lugar, não se preparar financeiramente. Outro erro é não empreender de fato. Franquia não é um negócio que vai dar resultado por si só. Ela é algo que precisa de dedicação. Uma franquia é algo testado, que tem alguém que te apoia (que é o franqueador que te presta serviços), mas ele não opera pelo franqueado.
NORDESTE
O mercado de franquias no Nordeste cresceu muito nos últimos anos. Começou a existir feiras especializadas, empreendedores locais, entendendo que poderiam também ser franqueados. Então, eu vejo como um mercado com muitas oportunidades ainda. Em alguns momentos um pouco menos custoso financeiramente que capitais do Sudeste como por exemplo, no custo de metro quadrado. Além disso, o mercado tem potencial de consumo e de desenvolvimento. O desafio seria a exposição da marca, mas o franchising ajuda também nesse sentido. Por exemplo, a marca consegue a expansão por meio de capital de terceiros com terceiros locais. Então, uma marca de Recife que quer chegar em São Paulo, ela vai contar com aquele (investidor) local que conhece as melhores regiões em São Paulo, que tem um relacionamento com a comunidade paulista, então isso faz a diferença.
As redes de franquias registraram um avanço de 8,9% na receita no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2024, atingindo R$ 65,967 bilhões no Brasil, segundo a Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor de franquias realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Mesmo com a cifra milionária, esse mercado é um caminho que vai muito além do conhecimento pela visão de consumidor.
Em entrevista ao Diario, a empreendedora especialista em varejo, franchising e desenvolvimento de negócio, Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, detalha o passo a passo para se iniciar no mercado de franquias e aponta os principais desafios e erros que precisam ser evitados para o negócio dar certo.
BUSCAR AFINIDADES
A orientação para um profissional que queira abrir um negócio é, primeiro, fazer uma avaliação das suas reais afinidades. É muito diferente a pessoa gostar de ir a um restaurante e querer estar na cozinha de um restaurante. A primeira avaliação deve ser muito pessoal do que a pessoa tem de fato afinidade para executar, já que ela será responsável pela gestão do negócio. Em segundo lugar, é ideal começar uma pesquisa baseada nessas afinidades e de quais são as marcas teriam sinergia com elas. Por exemplo, se a pessoa gosta muito de moda, então ela pode procurar uma marca de vestuário.
INVESTIMENTO INICIAL
Quando escolher as marcas potenciais e receber informações dessas marcas, o interessado deve ser o mais detalhista possível na análise. E caso sinta que, por exemplo, não existe previsão no investimento de capital de giro, é importante questionar sobre isso e outras questões como tempo de abertura de loja e contratação adicional de funcionários. É muito importante que o franqueado esteja seguro sobre o investimento inicial da unidade porque é ruim para a operação quando o candidato não tem o investimento e acha que vai se capitalizar com capital de giro no começo.
PREVISÃO DE CENÁRIOS
No momento da aquisição da franquia, normalmente as pessoas estão tão apaixonadas pelo seu sonho que fazem só cenários otimistas e acho isso um erro. A pessoa precisa ter a clareza de que o negócio tem tempo de maturação e que aquele mercado pode se comportar melhor ou pior do que a planilha está indicando, porque normalmente a planilha é uma média. Então é interessante fazer a análise de viabilidade e da condição financeira para operar o negócio
CONVERSA COM FRANQUEADOS
Quando avança no negócio, o franqueador precisa entregar circular de oferta. Nesse momento, existe uma obrigação legal de abrir todos os dados de franqueados e ex-franqueados. E eu indico para os candidatos conversarem com franqueados que estão na rede para saber pontos de dificuldade e facilidade. O que eles deveriam estar atentos é o se a franqueadora suporta adequadamente. Ser franqueado não é competir com outro negócio, é ter a possibilidade de trocar com pessoas que operam o mesmo negócio.
PONTO COMERCIAL
Depois do desafio da aprovação, vem a questão do ponto comercial. Esse é sempre um item sensível. Um bom candidato em ponto ruim não vai conseguir performar tão bem quanto deveria. Então a busca pelo ponto não deve ter pressa e, sim, o máximo de segurança possível com estudos e análise da geografia de mercado.
ERROS COMUNS
Os principais erros são: olhar por segmentos crescentes e não por segmentos de afinidade. Em segundo lugar, não se preparar financeiramente. Outro erro é não empreender de fato. Franquia não é um negócio que vai dar resultado por si só. Ela é algo que precisa de dedicação. Uma franquia é algo testado, que tem alguém que te apoia (que é o franqueador que te presta serviços), mas ele não opera pelo franqueado.
NORDESTE
O mercado de franquias no Nordeste cresceu muito nos últimos anos. Começou a existir feiras especializadas, empreendedores locais, entendendo que poderiam também ser franqueados. Então, eu vejo como um mercado com muitas oportunidades ainda. Em alguns momentos um pouco menos custoso financeiramente que capitais do Sudeste como por exemplo, no custo de metro quadrado. Além disso, o mercado tem potencial de consumo e de desenvolvimento. O desafio seria a exposição da marca, mas o franchising ajuda também nesse sentido. Por exemplo, a marca consegue a expansão por meio de capital de terceiros com terceiros locais. Então, uma marca de Recife que quer chegar em São Paulo, ela vai contar com aquele (investidor) local que conhece as melhores regiões em São Paulo, que tem um relacionamento com a comunidade paulista, então isso faz a diferença.

