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GUERRA NA UCRÂNIA

Chefe da diplomacia da UE discute apoio financeiro e militar à Ucrânia

A União Europeia também trabalha no 19º pacote de sanções contra Moscou

Isabel Alvarez

Publicado: 13/10/2025 às 19:23

Kaja Kallas/JOHN THYS/AFP

Kaja Kallas (JOHN THYS/AFP)

Nesta segunda-feira (13), a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, chegou a Kiev para discutir o apoio financeiro e militar à Ucrânia, tendo na pauta central a proposta de um empréstimo de reparações para os próximos dois anos que o bloco prepara com base nos ativos russos congelados na EU.

“A Rússia está tentando semear o medo entre os países europeus para que estes deixem de apoiar a Ucrânia. Mas, os ucranianos inspiram o mundo com a sua coragem. A sua resiliência exige todo o nosso apoio. Estou hoje em Kiev para conversações sobre apoio financeiro e militar, a segurança do setor energético da Ucrânia e a responsabilização da Rússia pelos seus crimes de guerra'", declarou Kallas.

Atualmente, cerca de 210 bilhões de euros em ativos russos estão congelados na UE, especialmente na Bélgica, onde se localiza a Euroclear, uma das maiores instituições financeiras globais. Não obstante, a proposta acende preocupações jurídicas a respeito da possibilidade de ser interpretada como uma expropriação, além de levantar questões sobre a estabilidade do euro.

A diplomata ainda disse que o bloco europeu começou a financiar um tribunal especial para processar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e outros altos funcionários russos pelo crime de agressão contra a Ucrânia, apelando a que outros países façam o mesmo. "Criamos este tribunal especial para os crimes de agressão, mas agora ainda estamos a financiar este tribunal. Estamos também apelando a outros membros, países e participantes que contribuam para o financiamento, de forma que o trabalho possa realmente começar em grande escala, porque sem responsabilização não há paz justa e duradoura", adiantou.

A alta representante da União Europeia para os Assuntos Estrangeiros também informou que a União Europeia trabalha no 19º pacote de sanções contra Moscou. Enquanto isso, o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrí Yermak, viajou hoje para os Estados Unidos, juntamente com a primeira-ministra, Yulia Sviridenko, e o chefe do Conselho de Segurança Nacional, Rustem Umérov, para avaliar questões de segurança energética, de defesa e discutir novas sanções para a Rússia. “O objetivo final continua o mesmo: uma paz justa e duradoura!”, apontou Yemark

Kiev pede mais sanções diretas e indiretas que acabem com a principal fonte de financiamento do esforço de guerra do Kremlin, como é o caso das exportações de petróleo russo. Além disso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já confirmou que irá se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington na próxima sexta-feira, onde os dois vão discutir a defesa aérea e as capacidades de ataque de longo alcance da Ucrânia.

Já o plano da UE prevê um valor total de 140 bilhões de euros, que seria disponibilizado em parceladas condicionadas. O aporte financeiro objetiva ajudar a Ucrânia a financiar a sua indústria de defesa e cobrir despesas orçamentais, com a expectativa de que o mecanismo esteja operacional até abril de 2026.

Também uma das preocupações da União Europeia é o enfrentamento do inicio de um inverno severo no território ucraniano, que promete ser difícil por causa, sobretudo, à destruição em larga escala e frequente das infraestruturas energéticas causada pelos ataques russos.

Hoje mesmo o Ministério da Energia da Ucrânia anunciou cortes de energia em pelo menos sete regiões do país, após ataques russos à rede elétrica. "Devido à difícil situação no sistema energético provocada pelos ataques russos, cortes de energia de emergência foram implementados esta manhã nas regiões de Kharkiv, Sumy, Poltava, Donetsk, Dnipropetrovsk, Zaporizhzhia e Kirovograd", comunicou o ministério em comunicado.

 

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