Facções e milícias atuam em bairros de 28,5 milhões de brasileiros, diz Datafolha
A presença de grupos criminosos foi relatada com maior intensidade em grandes centros urbanos, especialmente nas capitais e na região Nordeste
Publicado: 16/10/2025 às 08:17

Terceiro dia da Operação Ordo, na comunidade da Cidade de Deus (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Cerca de 28,5 milhões de brasileiros afirmam viver em bairros dominados por organizações criminosas, de acordo com levantamento divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Datafolha, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo a pesquisa, 19% da população relatou a presença de facções ou milícias em suas comunidades. O estudo foi realizado entre os dias 2 e 6 de junho, com entrevistas presenciais a 2.007 pessoas com 16 anos ou mais, em 130 cidades distribuídas por todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo.
Além de mapear o alcance territorial desses grupos, o questionário buscou compreender como os entrevistados percebem a atuação do crime organizado, bem como a frequência de assaltos, agressões e fraudes financeiras online.
A presença de grupos criminosos foi relatada com maior intensidade em grandes centros urbanos, especialmente nas capitais e na região Nordeste, segundo dados divulgados pelo Datafolha. O levantamento mostra que locais com mais de 500 mil habitantes concentram o maior número de relatos sobre a atuação de facções e milícias.
O estudo também revela disparidades sociais e raciais. Entre pessoas com renda de até dois salários mínimos (R$ 3.036), 19% afirmaram viver em áreas sob influência do crime organizado. Já entre os que recebem de cinco a dez salários mínimos (R$ 7.590 a R$ 15.180), esse índice ficou em 18%, de acordo com informações da Folha de S.Paulo.
A diferença é ainda mais evidente quando observada pela cor da pele: 23% das pessoas que se autodeclaram pretas relataram a presença do crime organizado em seus bairros, contra 13% da população branca.

