Crise do metanol: entenda uma das principais hipóteses investigadas pela polícia de SP
Conforme a SSP, equipes têm feito operações diárias em vários locais para fiscalizar a venda de bebidas
Publicado: 03/10/2025 às 17:49

A suspeita é que a loja tenha comercializado bebidas adulteradas. Foi lá que o rapper Hungria, internado com suspeita de intoxicação por metanol, tinha comprado garrafas de bebidas na noite de ontem (1°). (Foto: freepic.diller/Freepik)
Uma das principais linhas de investigação da Polícia Civil de São Paulo é de que a contaminação por metanol em bebidas alcoólicas pode ter acontecido no momento da limpeza dos vasilhames com a substância. Até o momento, são investigadas ao menos 5 mortes sob suspeita de intoxicação no Estado.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), equipes têm feito operações diárias em vários locais para fiscalizar a venda de bebidas e rastrear a origem dos produtos falsificados.
"As equipes verificam bares, adegas e distribuidoras em diferentes municípios, analisam a documentação e recolhem bebidas suspeitas para análise", diz. A pasta acrescenta que mais 2,5 mil garrafas foram apreendidas nesta semana e nove estabelecimentos foram fechados, entre eles, duas distribuidoras.
A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira, 3, um homem apontado como um dos principais fornecedores de insumos usados para a falsificação de bebidas destiladas não só na capital paulista, mas também em outras regiões do Estado.
A ação aconteceu no Jardim Carumbé, zona leste da capital, durante operação voltada ao combate à venda de bebidas falsificadas. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito.
O homem, que não teve a identidade divulgada, é investigado por comercializar garrafas, tampas, rótulos, caixas para embalagem e até selos falsificados de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que eram colados nas garrafas para simular originalidade.
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Conforme a Polícia Civil, ao menos dois imóveis seriam usados por ele para armazenar o material a ser usado nas adulterações - ainda não há informações específicas sobre a utilização de metanol no esquema.
Os locais serviriam de base também para distribuir os produtos aos revendedores. Imagens obtidas pela reportagem mostram que as garrafas apreendidas são de produtos destilados, como vodca, gim e uísque.
Até o momento, o Brasil tem 59 casos notificados de suspeita de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica, sendo 11 confirmados. A substância pode levar à cegueira e até à morte. Já há casos em investigação em São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal, Paraná e Bahia. Um deles é o rapper Hungria, que está internado em Brasília.
Nesta sexta-feira, indústrias de três Estados foram alvo de fiscalização da Polícia Federal por suspeita de venda de bebida adulterada. A ação ocorreu em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária.

