Suspeita de encomendar chacina de conselheiros tutelares de Poção tem nova data de julgamento marcada
Três dos seis réus que deveriam ter sido julgados nesta quarta (10) tiveram nova data de julgamento marcada, segundo o TJPE
Publicado: 11/12/2025 às 14:53
A condenação foi feita pelo Juizado Cível e das Relações de Consumo de Surubim do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) (Foto: Assis Lima/Ascom TJPE)
Três réus do caso dos assassinatos de três conselheiros tutelares e uma idosa em Poção, no Agreste, serão julgados em 3 de fevereiro de 2026. Bernadete de Lourdes Britto Siqueira Rocha, apontada como mandante do crime, conhecido como “Chacina de Poção”, José Vicente Pereira Cardoso da Silva e Leandro José da Silva, deveriam ter sido julgados nesta quarta (10), no Fórum Thomaz de Aquino, no centro do Recife, mas alegaram problemas com as respectivas defesas, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Os crimes aconteceram em 2015.
Ainda conforme o TJPE, Bernadete de Lourdes Britto Siqueira Rocha compareceu no Fórum nesta quarta (10), e alegou que a advogada dela está em licença-maternidade de 120 dias, e que estava sem defesa para ser julgada no júri.
Já José Vicente Pereira Cardoso da Silva, que é advogado e realiza a sua autodefesa, também alegou, presencialmente, que não tinha condições de saúde no dia para participar do júri. Leandro José da Silva informou que seu advogado havia renunciado a sua defesa.
A juíza Maria Segunda Gomes estipulou o prazo de cinco dias para os três réus constituírem defesa, seja formada por advogado ou defensor público.
O novo julgamento dos réus foi marcado para o dia 3 de fevereiro de 2026 – quase 11 anos exatos após o crime, corrido no dia 6 de fevereiro de 2015 – a partir das 9h, na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.
Condenação
No julgamento desta quarta (10), foram condenados os outros três réus do caso. Egon Augusto Nunes de Oliveira e Ednaldo Afonso da Silva tiveram a condenação de 101 anos e quatro meses de prisão cada um, pelos homicídios qualificado de quatro pessoas.
Orivaldo Godê de Oliveira pegou 12 anos e seis meses de reclusão pelo homicídio simples do conselheiro tutelar Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos. O acusado foi absolvido dos demais homicídios.
No dia 27 de fevereiro de 2024, na 4ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, outro acusado pelo crime, Wellington Silvestre dos Santos, foi sentenciado a um total de 74 anos e 8 meses de reclusão em regime inicialmente fechado em razão da prática dos mesmos quatro homicídios qualificados.
Relembre o caso
A “Chacina de Poção” ocorreu no dia 6 de fevereiro de 2015, no Sítio Cafundó, no município de Poção, no Agreste do Estado. O crime teve grande repercussão e comoveu o Estado.
Em uma emboscada, foram executados José Daniel Farias Monteiro, Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos e Carmem Lúcia da Silva, três conselheiros tutelares do município, além da senhora Ana Rita Venâncio, avó materna da criança Ana Cláudia Venâncio de Britto Siqueira (que tinha três anos de idade), a única sobrevivente do caso.
Bernadete de Britto Siqueira, avó paterna da criança, é acusada de ter encomendado o crime para garantir a guarda da neta. Mais de dez anos após o crime, ela e mais dois réus ainda não foram julgados.