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TRAGÉDIA

Moradores da comunidade do Icauã relatam drama após incêndio: "Perdi tudo. Televisão, som, geladeira, feira, máquina"

O fogo que matou Isabelle e seus quatro filhos no incêndio criminoso no último sábado (29) destruiu também as casas dos vizinhos, com quase todos os seus pertences

Cadu Silva

Publicado: 01/12/2025 às 15:08

Washington contou que acordou em meio ao incêndio criminoso/RAFAEL VIEIRA/DP

Washington contou que acordou em meio ao incêndio criminoso (RAFAEL VIEIRA/DP)

“Perdi tudo: televisão, som, geladeira, feira, máquina”, relatou uma das moradoras que teve a residência destruída após o incêndio criminoso que provocou a morte de Isabelle Macedo, 40 anos, e de seus quatro filhos, na comunidade do Icauã, na Iputinga, Zona Oeste do Recife.

Os moradores afirmam que não houve tempo para retirar documentos, móveis ou objetos pessoais, e que as chamas avançaram rapidamente.

A moradora Adriana Francisco do Nascimento, 48 anos, residente na comunidade há 13 anos, contou que o fogo não chegou a entrar na casa dela, mas que o imóvel teve de ser isolado devido aos danos estruturais.

“Na minha casa eu não posso morar mais, porque está com a parede toda rachada. Como eu tenho minha menina especial, o órgão público veio e disse que não era para ficar entrando, pois ela corre o risco de desabar.”

Outro afetado pelo incêndio, Washington da Silva Santos, 31 anos, relatou que havia acabado de chegar do trabalho e tirado um cochilo quando foi acordado pela fumaça. Ele mora com a mãe, Cristiana Severina da Silva, 49 anos, e com os avós maternos, de 79 e 74 anos.

“Eu cheguei do trabalho e fui dormir. Quando acordei, já estava tudo pegando fogo. Aí eu saí e o fogo já estava consumindo as casas, tudo. Só consegui recuperar meus documentos. E só", relatou Washington.

A mãe dele, Cristiana, que está usando muletas após sofrer um atropelamento, contou que perdeu a receita e os remédios que utilizava para aliviar as dores na perna esquerda.

“A gente só tirou os dois bujões de gás. O resto foi tudo perdido. Minha colega, sabendo da minha situação, me deu dinheiro para eu comprar o Tramal, porque doeu muito por causa do esforço que fiz para correr.”

A moradora Ana Maria de Souza, 46 anos, que vive na comunidade há pouco mais de três anos, também perdeu todos os pertences. “Perdi tudo: televisão, som, geladeira, feira, máquina.”

Ela fez um apelo por ajuda para reconstruir a casa. “Agora a gente não tá precisando mais de roupa. A gente precisa de uma força para levantar o nosso teto, para voltar a morar de novo.”

 

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