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Treze detentos de PE lideravam esquema de tráfico que movimentou R$ 27 mi em 2 anos

Quadrilha foi alvo da Operação Efeito Helicóptero II, deflagrada nesta quinta-feira (27). A polícia chegou ao grupo após a prisão de um homem, no Recife, em 2022, com 30 quilos de cocaína

Mareu Araújo

Publicado: 27/11/2025 às 16:42

Armas foram apreendidas durante operação contra quadrilha de traficantes /Polícia Civil de Pernambuco

Armas foram apreendidas durante operação contra quadrilha de traficantes (Polícia Civil de Pernambuco)

Treze presidiários de Pernambuco são suspeitos de liderar uma organização criminosa de tráfico de drogas e lavagem dinheiro que movimentou, nos últimos dois anos, mais de R$ 27 milhões, segundo a Polícia Civil. 

Ainda de acordo com a polícia, parte deles havia sido detida, anteriormente, por outros crimes, mas saiu do sistema "pouco antes da deflagração da operação".

Conforme a investigação, o grupo contava com o apoio de pessoas em outros cinco estados para ocultação e movimentação ilícita de valores. 

A quadrilha foi alvo da Operação Efeito Helicóptero II, deflagrada nesta quinta-feira (27). A polícia chegou ao grupo a partir da prisão de um homem, no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife, em 2022, com 30 quilos de cocaína.

No ano seguinte, foi deflagrada a primeira fase da investigação.

Nesta segunda fase, foram cumpridos 24 mandados de prisão em seis estados, 17 deles em Pernambuco, além de 25 mandados de busca e apreensão. Na ação, a polícia encontrou R$ 12,5 mil, que estavam escondidos em um sofá, armas, munições e drogas.

De acordo com o delegado José Custódio, titular da Delegacia de Polícia da 2ª Circunscrição, a investigação mostrou que a organização criminosa possuía duas empresas fantasmas em Pernambuco, que serviam para lavar o dinheiro.

“Essas empresas eram movimentadas por presidiários e por pessoas do grupo criminoso. Na investigação, observamos nitidamente um movimento de vai e vem, de créditos e débitos entrando nessa empresa”, pontua Custódio.

Uma delas, segundo o policial, teve o CNPJ e CPF do responsável suspensos pela Receita Federal, que identificou irregularidades na documentação. O responsável por essa empresa, por sua vez, teria dado entrada no sistema carcerário por três vezes com nomes falsos.

A apuração também identificou que as movimentações financeiras de membros da organização variaram entre R$ 326 mil e até mais de R$ 7 milhões, no período de dois anos.

“Entre eles, temos a presença de uma mulher que recebe Bolsa Família e, ainda assim, chega a movimentar um montante altíssimo”, pontuou o delegado.

Custódio detalhou, também, como a organização financiava o tráfico de drogas. “O traficante vai vender, mas tem aquele que fornece. Então, ele tinha que repassar o pagamento para o fornecedor. Você não trabalha de graça. Você trabalha recebendo de alguém para manter o sistema”, afirmou.

Questionado se haveria envolvimento de facções criminosas, o delegado afirmou que “não existe uma concentração de uma facção na operação".

Operação Efeito Helicóptero I

Na fase 1, foram cumpridos 84 mandados de busca e apreensão, visando prender 66 suspeitos de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que atuavam em 20 estados brasileiros. A quadrilha movimentou cerca de R$ 500 milhões entre 2021 e 2022, segundo a corporação. Ao todo, 140 pessoas foram investigadas.

Além disso, a 5ª Vara Criminal da Comarca do Recife ordenou o sequestro de veículos e imóveis, bloqueio judicial de contas bancárias e de contas de criptomoedas e revogação do registro e porte de arma de fogo. Pedras preciosas e 3.596 munições também foram apreendidas.

O Diario de Pernambuco entrou em contato com a Secretaria de Ressocialização e Administração Penitenciária de Pernambuco, mas não obteve retorno.

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