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Vida Urbana
FEMINICÍDIO

Justiça determina que suspeito de matar mulher grávida em São Bento do Una use tornozeleira eletrônica

Agnaldo Nunes Soares, que confessou o crime, deverá ficar recolhido no presídio de Pesqueira nos próximos dias

Adelmo Lucena

Publicado: 13/11/2025 às 20:58

Suspeito de matar mulher grávida é ex-companheiro da vítima/Foto: Reprodução

Suspeito de matar mulher grávida é ex-companheiro da vítima (Foto: Reprodução)

 O juiz Clécio Camêlo de Albuquerque, da Central Especializada das Garantias de Pesqueira, decidiu ontem, no final do dia, determinar o uso de tornozeleira eletrônica a Agnaldo Nunes Soares de 43 anos, que confessou ter matado a namorada grávida. O homem ficará detido no Presídio de Pesqueira por, no máximo, cinco dias até a instalação do equipamento.

A decisão ocorreu durante a audiência de custódia. Nela, Agnaldo confessou ter assassinado e ocultado o corpo de Júlia Eduarda Andrade dos Santos, jovem grávida de 26 anos que estava desaparecida desde o dia 5 de outubro em São Bento do Una, no Agreste.

Seu corpo foi encontrado também ontem. O ex-companheiro é apontado como pai do bebê e admitiu ter matado a vítima com um golpe de martelo na cabeça, além de utilizar sacolas plásticas para asfixiá-la antes de esconder o corpo em uma área de matagal.

A decisão judicial confirma o flagrante, mas ressalta que não seria possível manter o suspeito preso pelo crime de ocultação de cadáver, cuja pena máxima é de três anos, limite que impede a decretação de prisão preventiva quando o investigado não possui condenações anteriores. O magistrado destacou ainda que o pedido de prisão preventiva referente ao feminicídio será analisado pela Vara de São Bento do Una, para onde o processo do homicídio foi encaminhado.

O desaparecimento de Júlia foi comunicado à Polícia Civil na última quinta-feira (6). Familiares relataram que ela havia saído para encontrar o pai da criança, que teria prometido entregar dinheiro para a realização de uma ultrassonografia. Durante as investigações, o suspeito prestou depoimento duas vezes e, posteriormente, novas informações ligaram seu veículo à cena do crime.

Agnaldo Nunes Soares deverá utilizar tornozeleira eletrônica, respeitar o recolhimento domiciliar a partir das 22h, manter o endereço atualizado, não sair da cidade sem autorização judicial, comparecer mensalmente em juízo, abster-se do consumo de álcool e drogas e pagar uma fiança reduzida. O juiz advertiu que o descumprimento de qualquer dessas medidas pode resultar na revogação da liberdade.

Como o crime ocorreu

O desaparecimento de Júlia foi comunicado à Polícia Civil na última quinta-feira (6). Familiares relataram que ela havia saído para encontrar o pai da criança, que teria prometido entregar dinheiro para a realização de uma ultrassonografia.

Durante as investigações, o suspeito prestou depoimento duas vezes e, posteriormente, novas informações ligaram seu veículo à cena do crime. Um prestador de serviços que auxiliou no reboque do carro do suspeito informou o local exato onde o automóvel apresentou pane mecânica no dia do desaparecimento.

Com base no relato, equipes policiais iniciaram buscas na zona rural de Sanharó, também no Agreste. O corpo da jovem foi encontrado em meio ao matagal. Confrontado novamente, o suspeito confessou o homicídio e detalhou a forma como teria executado a vítima.

Após ser autuado em flagrante, o homem foi levado para a 15ª Delegacia Seccional, em Belo Jardim, onde passou pelos procedimentos legais e ficou à disposição da Justiça até a audiência que determinou sua liberação provisória.

Julia perdeu os pais quando adolescente e teve o primeiro filho aos 15 anos. Ela era mãe de quatro crianças, com 11, 9, 5 e 4 anos de idade. Ela tinha o sonho de tornar-se vaqueira, assim como o pai.

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