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RECONHECIMENTO

Dom Hélder Câmara é incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Conhecido como o "Dom da Paz", foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desempenhando papel fundamental na resistência à ditadura militar e na defesa intransigente dos mais pobres

Diario de Pernambuco

Publicado: 29/10/2025 às 12:14

Dom Hélder Câmara/Carlos Teixeira/Arquivo DP

Dom Hélder Câmara (Carlos Teixeira/Arquivo DP)

Considerado um dos maiores defensores dos direitos humanos e da justiça social no Brasil, Dom Hélder Câmara agora integra oficialmente o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A inclusão do nome do arcebispo emérito de Olinda e Recife foi oficializada pela Lei n.º 15.242, de autoria do senador Fernando Dueire (MDB-PE), sancionada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e publicada na edição desta quarta-feira (29) do Diário Oficial da União.

Nascido em Fortaleza (CE), em 7 de fevereiro de 1909, Dom Hélder Câmara foi bispo católico, poeta e humanista reconhecido internacionalmente. Conhecido como o “Dom da Paz”, foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), desempenhando papel fundamental na resistência à ditadura militar e na defesa intransigente dos mais pobres.

Ao longo de sua trajetória, destacou-se como uma das vozes mais firmes da Igreja Católica em favor da liberdade e da dignidade humana. O arcebispo emérito de Olinda e Recife foi o brasileiro mais vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Entrou na lista por quatro vezes, mas nunca venceu. Em 1970, o então presidente da República, o general Emílio Garrastazu Médici, instruiu pessoalmente o embaixador brasileiro na Noruega para tentar impedir que este prêmio lhe fosse concedido.

Ele também propôs a campanha “Ano 2000 Sem Miséria”, que buscava promover ações globais para erradicar a fome e a desigualdade social. Em 2017, foi declarado o “Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos”. O primeiro título veio em 1969, de doutor honoris causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos.

Ao todo, recebeu título de Cidadão Honorário de 28 cidades brasileiras e da cidade de São Nicolau na Suíça e Rocamador, na França. Ganhou, ainda, o Prêmio Martin Luther King, nos Estados Unidos e o Prêmio Popular da Paz, na Noruega e diversos outros prêmios internacionais.

Foi o segundo mais votado como Brasileiro do Século, na categoria Religião, pela revista IstoÉ.

Dom Hélder faleceu no Recife, em 27 de agosto de 1999, aos 90 anos, e está sepultado na Catedral da Sé, em Olinda. Sua obra e exemplo seguem inspirando movimentos sociais e religiosos no Brasil e no mundo.

 

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