PM preso suspeito de estupro em posto policial no Cabo, no Grande Recife, recebeu gratificação de R$ 800
O subtenente está detido no Centro de Reeducação da Polícia Militar desde quarta-feira (15) e foi afastado das funções por 120 dias
Publicado: 16/10/2025 às 16:29

Suposto estupro teria acontecido no posto do BPRv do Cabo (ARQUIVO/DP)
O subtenente da Polícia Militar de Pernambuco Luciano Valério de Moura, preso por suspeita de ter estuprado uma mulher de 48 anos em uma abordagem na PE-060, no Cabo de Santo Agostinho, foi contemplado com uma gratificação de R$ 800 correspondente à avaliação de desempenho realizada no mês de setembro de 2025. A portaria foi publicada na edição desta quinta-feira (16) do Diário Oficial do Estado (DOE) por meio de um texto aditivo.
De acordo com a publicação, o valor refere-se a uma Gratificação de Atividade Tática, símbolo GAT-4, com efeito retroativo ao dia 1º de outubro. Este tipo de remuneração é instituída para os integrantes do Grupamento Tático Aéreo (GTA) da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco.
Também foi publicado no Diário Oficial do Estado o afastamento do subtenente por 120 dias. Segundo a publicação, o afastamento poderá ser prorrogado uma única vez, por igual período, caso o processo administrativo disciplinar não seja concluído dentro do prazo inicial.
Durante o afastamento, o comandante da unidade onde o policial servia deverá recolher sua identificação funcional, armas e outros utensílios de uso profissional e encaminhá-los à Diretoria de Gestão de Pessoas (DGP) da PMPE no prazo de 24 horas.
O documento também determina que o subtenente fique à disposição da Diretoria de Gestão de Pessoas da PMPE, sob sua subordinação direta, devendo comparecer diariamente ao setor indicado e registrar presença durante todo o expediente, conforme prevê a legislação estadual.
Caso o processo disciplinar não seja concluído ao final do afastamento, a DGP deverá adotar providências para que o militar retorne a atividades de natureza exclusivamente administrativa, com restrição ao porte de arma, até que haja decisão definitiva do Conselho de Disciplina.
Entenda o caso
Uma mulher de 48 anos denunciou ter sido estuprada pelo subtenente da PM Luciano Valério de Moura durante uma abordagem de rotina em um Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv) no Cabo de Santo Agostinho na sexta-feira (10). A vítima estava com uma amiga e as duas filhas no carro na ocasião.
Segundo o relato, havia três agentes na blitz e um deles e a levou para dentro do posto e obrigou que ela fizesse sexo oral nele. Na terça-feira (14), dois policiais compareceram ao reconhecimento, mas não foram apontados pela mulher como sendo o criminoso.
Na quarta-feira (15), o PM Luciano Valério foi preso pela Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) depois de se apresentar voluntariamente às autoridades ao lado de uma advogado. Ele foi encaminhado para o Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, no Grande Recife, onde permanece recolhido à disposição da Justiça.
Em seu depoimento, o subtenente negou ter estuprado a mulher e afirmou que ela “poderia ter ficado aborrecida e saído do posto com a resposta de que a multa seria aplicada”. O policial ainda disse que ela teria feito a acusação por vingança.

