Jovem morta em motel: família presta queixa e denuncia vazamento de fotos de corpo
Imagens do corpo de Júlia Ramilly, de 20 anos, foram compartilhadas nas redes sociais. A família dela prestou queixa na Polícia Civil para encontrar os responsáveis pelo vazamento das fotos
Publicado: 26/09/2025 às 13:35

Julia foi encontrada morta na terça (23) (Reprodução/redes sociais)
A família de Júlia Ramilly, de 20 anos, assassinada em um motel em Paulista, no Grande Recife, prestou uma nova queixa na Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), na quinta (25).
O advogado que representa a família da jovem denunciou o vazamento de fotos do corpo, no quarto onde ocorreu o crime, na terça (23).
Em nota, o advogado da família de Júlia, Sérgio Gonçalves, afirmou que serão tomadas as medidas necessárias para identificar as pessoas responsáveis pelo vazamento das imagens.
“Informamos ainda que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas, dentre elas o pedido de providências junto a autoridade policial, sendo prestado competente boletim de ocorrência”, consta na nota de repúdio.
Ao Diario, o advogado contou que a mãe de Júlia ficou em choque ao saber da exposição das fotos da filha em um momento tão delicado.
“A mãe quase desmaiou, o delegado até ficou assustado na delegacia, naquela situação, menos de 24 horas de luto, ela recebeu várias mensagens de familiares e amigos mandando para ela que estavam vazando as fotos”.
A divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia é crime, previsto no artigo 218-C, do Código Penal, mesmo em óbito. A pena pode chegar de um a cinco anos de reclusão.
Relembre
Júlia Ramilly Duarte, de 20 anos, foi encontrada, na última terça (23), morta dentro em um quarto de um motel situado no bairro de Maranguape I, em Paulista, no Grande Recife. O corpo de Júlia tinha sinais de esganadura e de violência sexual.
O principal suspeito do crime é Djalma Diego Oliveira Deodato, de 25 anos, que está no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, após ter a prisão preventiva decretada em Audiência de Custódia na última quarta (24).
O Diario teve acesso ao inquérito de investigação do caso. A versão dada por Djalma à Polícia foi de que ele é “viciado em drogas” e que teria encontrado com Júlia num ponto de venda de drogas por volta das 2h da terça (23). No depoimento, o suspeito afirmou que os dois teriam consumido droga juntos e decidido ir depois ao motel. Ele declarou que nem sequer sabia informar o nome da jovem.
Ao chegarem ao motel, a cocaína já havia acabado e os dois teriam dividido um rivotril, segundo Djalma. Ele disse que teria se deitado para dormir com Júlia e já acordou com ela ensanguentada em cima dele. Ele afirmou que não se lembra do que aconteceu e teria ficado “assustado”, por isso foi embora sem chamar a Polícia.
A família de Júlia contesta o depoimento de Djalma. Segundo uma amiga da jovem, ela e Júlia estavam em uma festa, em Pau Amarelo, e decidiram ir embora por volta das 4h.
As duas chamaram corridas por aplicativo. A amiga seguiu primeiro e, ao chegar em casa, tentou contato com Júlia, que não atendeu o telefone. Após verificar o aplicativo, descobriu que a jovem já havia iniciado uma corrida, mas não chegou ao destino.

