Enem 2025: alunos das redes pública e privada apontam "rota" de estudos para reta final
O Diario de Pernambuco procurou estudantes do 3º ano do ensino médio, tanto de escolas públicas quanto privadas, para saber qual a expectativa deles para a realização do Enem 2025 e o cronograma de estudos
Publicado: 01/09/2025 às 06:30

As estudantes Isadora Tito e Natália Revorêdo, do Colégio GGE, e Bianca das Neves e Ana Beatriz, da ETE Ginásio Pernambucano (Foto: Bartô Leonel / DP e Rafael Vieira / DP Foto)
Faltando pouco mais de dois meses para realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 9 e 16 de novembro, estudantes de escolas públicas e privadas em Pernambuco estão intensificando sua preparação para a prova, que é a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil.
Diante da aproximação da reta final de preparação, o Diario de Pernambuco procurou estudantes do 3º ano do ensino médio, tanto de escolas públicas quanto privadas, para saber qual a expectativa deles para a realização da prova e o cronograma de estudos.
Nesse momento, as instituições de ensino estão priorizando para o Enem a revisão de conteúdos que já foram abordados e a resolução de questões antigas ou que sigam a ideia da prova, a fim de desenvolver habilidades e estratégias para o exame.
“Os professores, principalmente da metade do ano passado pra cá, começaram a falar bastante do Enem. Eles são muito cobrados por isso e trazem para as aulas assuntos da prova que são abordados no 3º ano do ensino médio, mas focam na revisão dos que já foram estudados em outros anos, além da realização de questões que seguem a lógica do Enem”, explicou a estudante da Escola Técnica Estadual (ETE) Ginásio Pernambucano, Bianca das Neves, de 17 anos, que visa ingressar no curso de Direito.
Além da preparação disponibilizada pelas escolas, os alunos buscam fazer estudos individuais, por meio de cursinhos, resoluções de questões e revisões no fim de semana, para acrescentar e ajudar na captação dos assuntos.
“Eu costumo fazer simulados semanais em casa, corrijo e examino tudo o que errei, além de resolver questões nos moldes do Enem em plataformas online. Como a preparação no GGE é bem completa e puxada, eu não faço cursinho por fora, mas mantenho esse hábito de revisar em casa para acrescentar ainda mais na minha preparação”, explicou a estudante da unidade do Parnamirim do Colégio GGE, Natália Revorêdo, de 17 anos, que pretende cursar Medicina na Universidade de Pernambuco (UPE).
Preparação nas escolas públicas
De acordo com o professor de português da ETE Ginásio Pernambucano, Ígaro D’Ávila, a escola tem uma política interna em que o mesmo professor, na maioria das vezes das disciplinas de português e matemática, acompanha as turmas à medida que elas vão avançando de série. Essa proposta visa desenvolver a melhor forma de trabalhar conteúdos do Enem desde os primeiros anos do ensino médio.
“A preparação para o Enem aqui na escola não começou no 3º ano. Ela iniciou no 1º ano do Ensino Médio. Temos o hábito de que alguns professores sigam com a mesma turma no decorrer dos anos, justamente para desenvolver uma maior amplitude nos assuntos, principalmente aqueles que não foram bem absorvidos. No 3º ano, a gente tenta focar nas revisões de conteúdos já vistos, explicou.
Ainda segundo Ígaro D’Ávila, além desse acompanhamento, a instituição proporciona, dentro dos próprios simulados, questões que se espelham nos modos e estilos do Enem. Outras atividades como aulões e simulados também são desenvolvidas na escola.
“Essa proposta que a nova gestão trouxe de simular o dia do Enem com horário de chegada, uso de caneta preta, além da própria prova em si, é muito importante para a adaptação ao modelo da prova, porque realmente é uma prova de resistência. Esses simulados, junto com minhas três experiências com o Enem, fazem com que eu esteja acostumada com a prova, apesar do meu nervosismo”, ressaltou Ana Beatriz, de 18 anos, que pretende cursar Inteligência Artificial na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Porém, apesar de todas essas atividades voltadas para a preparação do Enem, as tentativas de atualização e adaptação para o Novo Ensino Médio, segundo Ígaro D’Ávila, têm prejudicado, em certa parte, os estudantes de escolas públicas por conta do excesso de disciplinas e de tempo em sala de aula.
“A maneira como escolas privadas lidam com o novo currículo é diferente das escolas públicas. O aluno de escola pública acaba sendo prejudicado pelo excesso de disciplinas e de tempo em sala de aula, enquanto o aluno de escola privada não tem esse excesso, e quando tem, é muito melhor aproveitado. Além disso, estudantes de ETEs também se dedicam a disciplinas voltadas à formação técnica”, argumentou Ígaro D’Ávila.
Preparação em escolas privadas
A preparação para o Enem em escolas privadas também é um dos focos na metodologia de ensino dessas instituições.
Segundo a professora de português da unidade do Parnamirim do Colégio GGE, Katilini Oliveira, a preparação em todas as unidades da instituição se inicia desde o 6º ano do ensino fundamental, quando os estudantes começam a se habituar e a escrever textos dissertativo-argumentativo, visando uma preparação a longo prazo para o Enem, além do maior incentivo para turmas do ensino médio, desde o 1º ano.
“O GGE, principalmente durante todo o ensino médio, respira o Enem. Temos metodologias variadas, como revisões recorrentes dos assuntos que caem na prova, resolução de questões que seguem o padrão do Enem, trazemos uma redação nota mil com erros para que o estudante possa identificá-los, além da nossa turma de medicina, na qual os alunos com melhores notas são convidados a participar de uma preparação que tem uma maior carga horária”, explicou.
Além desses métodos de preparação, o GGE oferece para os estudantes atividades extracurriculares como cadernos de questões voltadas para o Enem durante as férias e um aulão lúdico, no Centro de Convenções, em Olinda, no final de outubro, que serve como uma culminância de todas as áreas de conhecimento.
“Há um estímulo muito grande, principalmente no 3º ano, quando existe um foco maior na resolução de questões e na produção de redações semanais, além do próprio RediGGE, que é uma ideia interna da escola de estimular a escrita de textos nos moldes do Enem. Também temos as monitorias na qual tentamos corrigir alguns déficits, além do aulão em outubro, que nos ajuda a chegarmos preparados para a prova,” explicou a estudante, Isadora Tito, de 18 anos, que busca o curso de Direito na UFPE.
Expectativa para prova
Apesar das diferentes realidades de preparação dos alunos de escolas públicas e privadas, a expectativa e o nervosismo é comum entre os alunos, mesmo para aqueles que já realizaram a prova em outras oportunidades como “treineiros”.
“Estou bem animada para a prova. Porém, acho meio difícil não ficar nervoso com o passar dos dias, porque a gente se prepara o ano inteiro e cria aquela expectativa muito alta em todos que estão ao nosso redor, como é o caso dos meus pais, que sempre me apoiam. Apesar desse nervosismo, eu acredito que vai dar tudo certo”, destacou Natália Revorêdo.
Essas aprovações no ensino superior, além de trazer a felicidade e certo alívio para os alunos, trazem muito orgulho para as famílias dos estudantes, que sempre apoiam a formação de seus filhos para que eles tenham, em alguns casos, oportunidades que eles nunca tiveram.
“Se eu ingressar, serei a primeira pessoa, de uma parte da minha família, a fazer faculdade. Então, será um motivo de muito orgulho para eles. Por isso que o Enem é importante, pois para minha realidade, é a única forma de ingressar no ensino superior”, enfatizou Bianca das Neves.
Faltando dois meses e 10 dias para realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 9 e 16 de novembro, estudantes de escolas públicas e privadas em Pernambuco estão intensificando sua preparação para a prova, que é a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil.

