Vídeo: "Só informei que o banheiro inclusivo era o de baixo", disse mulher denunciada por transfobia em academia na Zona Sul
A fala na delegacia foi gravada em vídeo, obtido pelo Diario de Pernambuco
Publicado: 13/08/2025 às 21:41

CASO DE AGRESSÃO NA ACADEMIA SELFIT (REPRODUÇÃO)
Em depoimento à Polícia Civil de Pernambuco, Kerolaine Klécia da Silva, de 28 anos, afirmou que “só informou a ela (personal trainer) que o banheiro inclusivo era o de baixo”. A fala na delegacia foi gravada em vídeo, obtido pelo Diario de Pernambuco.
Klécia e o marido, Marcos Aurélio Mendes Leite, de 39 anos, foram denunciados pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por injúria motivada por questão de gênero e orientação sexual em uma academia no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A promotoria também propõe que a vítima seja indenizada em R$ 20 mil.
Na ocasião, o casal impediu a personal trainer e fisiculturista Kely Moraes, de 45 anos, confundida com uma mulher trans, de usar o banheiro feminino. “Eu só informei a ela que o banheiro inclusivo era o de baixo. Eu só quis informar e acolher, mas ela entendeu isso de forma agressiva”, disse, em depoimento.
No vídeo, Klécia declara, ainda, que o “banheiro inclusivo” seria uma orientação da própria academia. “No andar de baixo, existia um banheiro com um adesivo para PCDs (pessoas com deficiência) e outro com o símbolo da inclusão”, afirmou.
“Inclusiva”
Klécia também foi questionada pelos oficiais o que seria uma pessoa inclusiva. “Ser inclusivo é a forma com que a pessoa se vê e não o que os outros determinam”, finalizou no depoimento.
Já Marcos Aurélio, marido de Klécia, afirmou que “no calor do momento, confundiu a personal com uma mulher trans”.
“Eu estava com um instrutor quando disseram que minha esposa estava sendo agredida por um homem. Eu fui encontrá-la e fiquei no meio, tentando separar quando um dos instrutores levou minha esposa para a copa. A personal começou a me gravar, perguntando: ‘Pra você, o que eu sou?’ e eu respondi que ela era inclusiva”, contou.
Os oficiais, por fim, questionam Marcos Aurélio se ele acha que “pessoas inclusivas devem usar banheiros diferentes”, ele nega.

