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DENÚNCIA

Jovem denuncia racismo ao ser acusado de furto em mercado em Olinda: "Vergonha"

O caso aconteceu no supermercado Preço Bom, em Jardim Brasil, em Olinda. A vítima relatou que vai ao mercado com certa frequência para sacar dinheiro

Adelmo Lucena e Nicolle Gomes

Publicado: 25/08/2025 às 16:21

A Polícia foi acionada para atuar no caso/Foto: Reprodução/Whatsapp

A Polícia foi acionada para atuar no caso (Foto: Reprodução/Whatsapp)

Um jovem de 20 anos denunciou ter sido vítima de racismo no supermercado Preço Bom, em Jardim Brasil, Olinda, no Grande Recife, no sábado (23). Ele contou, em entrevista ao Diario, que foi acusado injustamente de furto pelo gerente do estabelecimento enquanto saía do local após realizar um saque para comprar fraldas para o filho de 1 ano de idade.

Segundo o relato, o gerente do mercado correu atrás dele simulando estar armado, ordenando que parasse e acusando-o de ter roubado a bicicleta de um cliente. O caso aconteceu em uma rua e transeuntes presenciaram a cena, fazendo com que o jovem se sentisse coagido.

“Fiquei com vergonha, me senti mal, porque nunca passei por um negócio desses. Sempre sempre faço o certo e não mexo com nada de ninguém para ser acusado desse jeito. Eu até cheguei a informar que a bicicleta era minha e que estava com os documentos. Mas ele nem se quis ver, ficou me chamando para lá [o mercado]. Meu pensamento só dizia: o povo da rua me pega e me lincha”, relatou.

Para Josimar, não há dúvidas de que foi alvo de racismo. “Tinha várias pessoas na hora e muita gente chega de bicicleta e vai sacar dinheiro, entra no mercado. Tinha um monte de gente saindo na hora. Por que comigo? Sendo que eu moro bem pertinho do mercado, toda vez eu vou nesse mercado”, desabafou.

Momentos depois, o gerente disse ter cometido um equívoco e disse que o jovem poderia ir embora do local, mas a vítima disse que não houve um pedido de desculpas e que não concordou com a abordagem.

A ocorrência foi registrada pela família junto à Polícia Civil, que registrou o caso como “calúnia” por meio da 07ª Delegacia Seccional de Olinda.

“Eu espero que ele pague por alguma coisa para ele não fazer isso com mais ninguém. Eu tenho um filho que vai fazer dois anos já e ele pode passar por isso, assim como minha esposa e meu primo. Querendo ou não, isso tem que parar. Ele tem que se explicar na polícia porque isso não pode ficar assim”, destacou a vítima.

O Diario de Pernambuco entrou em contato com o supermercado Preço Bom, que preferiu não se pronunciar sobre o caso no momento.

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