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Empresa que comprou Holiday, no Recife, denuncia invasões e tráfico de drogas no edifício

Ao TJPE, empresa arrematante pede autorização para contratar segurança e cercar Imóvel, que ainda está sob administração judicial

Felipe Resk

Publicado: 05/07/2025 às 02:00

Imagens mostram invasões no Edifício Holiday/Reprodução

Imagens mostram invasões no Edifício Holiday (Reprodução)

A empresa compradora do Edifício Holiday, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, denunciou à Justiça que o imóvel tem sido alvo de uma série de invasões e de atividades ligadas ao tráfico de drogas nas últimas semanas. A arrematante também pediu autorização para cercar a área e contratar serviço de segurança privada.

O Edifício Holiday foi arrematado por R$ 21.538.616,05 pela DG IV Ltda, empresa com sede em Caaporã, na divisa entre a Paraíba e Pernambuco, durante leilão realizado no dia 20 de fevereiro. Desde então, o imóvel segue desocupado e sem uso formal.

A petição da empresa foi apresentada ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) no dia 19 de junho. O documento, que denuncia a situação de abandono e insegurança no imóvel, foi obtido com exclusividade pelo Diario de Pernambuco.

Nele, a DG IV afirma que “tem enfrentado graves e recorrentes problemas provocados pela falta de segurança”, porque “ ainda aguarda que a Prefeitura do Recife regularize a questão do ITBI [Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis] para pagamento”. Sem imissão da posse, o imóvel permanece sob administração judicial, motivo pelo qual a empresa não pode fazer intervenções. 

Invasões e tráfico

Segundo a empresa arrematante, a situação de insegurança na área "se agravou consideravelmente” nas últimas semanas. “O imóvel vem sendo alvo de sucessivas invasões, não apenas por pessoas em situação de rua, mas também por indivíduos que acessam o local com a finalidade de realizar filmagens e gravações para produção de conteúdo destinado às redes sociais”, diz.

“Além das invasões, há informações e registros de que o imóvel tem sido utilizado para consumo e tráfico de substâncias entorpecentes, além da ocorrência de outros delitos que colocam em risco a ordem pública e a integridade física de terceiros”, prossegue a petição.

Para a empresa, o atual estado do Holiday e a ausência de medidas imediatas de contenção também aumentariam os riscos de “tragédias envolvendo as pessoas que adentram o local de forma clandestina”, além de danos materiais ao imóvel.

Nos autos, a arrematante apresentou vídeos e imagens de invasões e consumo de drogas no prédio abandonado.

Medidas

Enquanto aguarda pela posse efetiva do imóvel, a DG IV quer autorização do TJPE para cercar e isolar a área do edifício.  Na petição, também solicita aval para contratar serviço de segurança privada.

Outro pedido da empresa é que a Justiça emita mandado judicial para a Polícia Militar (PM) acompanhar a instalação das barreiras e o início dos vigilantes. O objetivo seria prevenir "eventuais resistências", de acordo com a arrematante.

“Por fim, caso entenda que a Arrematante não pode exercer tal pretensão, determine a intimação do Município do Recife e do administrador judicial para promover os atos necessários à proteção do imóvel”, registra a petição. Os pedidos ainda não foram apreciados.

O Diario procurou a Prefeitura do Recife e a Secretaria de Defesa Social (SDS), do governo do Estado, mas não obteve resposta.

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