Filha é presa suspeita de planejar assassinato do pai no Cabo de Santo Agostinho
A vítima, um caminhoneiro de 60 anos, foi morto a tiros dentro da própria residência
Publicado: 27/06/2025 às 13:08

Momento da prisão de Amanda Botrel (Divulgação/PCPE)
Um assassinato brutal ocorrido no bairro de Enseadas dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, está sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco. A principal suspeita do crime é a própria filha da vítima, que teria articulado a morte do pai por motivação financeira. A jovem foi presa preventivamente após confessar envolvimento no crime.
A vítima, um caminhoneiro de 60 anos, foi morto a tiros dentro da própria residência. Segundo informações preliminares, o homem possuía um patrimônio estimado em cerca de R$ 2 milhões, incluindo veículos de carga e imóveis. A casa onde o crime aconteceu não apresentava sinais de arrombamento, e imagens de câmeras de segurança mostraram que os suspeitos chegaram ao local com a filha da vítima, no carro dela.
De acordo com a polícia, a jovem apresentou contradições em seu primeiro depoimento. Inicialmente, afirmou que estava sozinha ao chegar à residência e que homens armados teriam invadido o local posteriormente. No entanto, o registro de câmeras de vigilância e a inconsistência temporal de sua versão levaram os investigadores a confrontá-la. Ela confessou o crime no mesmo dia.
“Ela demonstrou frieza impressionante. Não esboçou qualquer reação no momento da prisão, nem mesmo ao ver a mãe em estado de choque.”afirmou o delegado Rodrigo, responsável pela investigação.
Segundo o relato dela, outros dois cúmplices foram contratados para executar o crime, mas os investigadores ainda apuram se essa versão corresponde aos fatos ou se a jovem está tentando encobrir a identidade de outros envolvidos.
Apesar da brutalidade do crime, pessoas próximas relataram que a relação entre pai e filha aparentava ser afetuosa. “Pareciam muito próximos. O que mais nos chamou atenção foi essa quebra de expectativa: ela aparentava ter carinho pelo pai” comentou o delegado.
As investigações indicam ainda que, após os disparos, a filha esperou cerca de 15 minutos antes de chamar socorro. Vizinhos relataram ter ouvido os tiros seguidos de silêncio, até que surgiram gritos da jovem. Imagens obtidas pela polícia também mostraram o momento em que ela ligou para a mãe, o que não coincide com o cronograma inicialmente apresentado por ela.
A mãe da suspeita foi ouvida pelas autoridades, mas está descartada como participante no crime. “Ela demonstrou surpresa e profundo abalo emocional. Até o momento, não há indícios de envolvimento dela” acrescentou o delegado.
A prisão preventiva da jovem foi decretada no dia seguinte à confissão. Ela permanece sob custódia e à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar e localizar os outros possíveis envolvidos na execução do crime.

