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Caso Helen: acusados por assassinato de menina em Água Fria viram réus

Helen Santos de Souza, de 3 anos e 11 meses, foi baleada na noite do dia 12 de abril, às vésperas de seu aniversário

Felipe Resk

Publicado: 05/06/2025 às 17:09

Helen foi atingida quando estava no colo da mãe, em frente à residência da família, em Água Fria, Zona Norte do Recife/Reprodução/Redes Sociais

Helen foi atingida quando estava no colo da mãe, em frente à residência da família, em Água Fria, Zona Norte do Recife (Reprodução/Redes Sociais)

A menina Helen Santos de Souza, de 3 anos e 11 meses, foi vítima de bala perdida na noite de 12 de abril
Os dois homens denunciados pela morte da menina Helen Santos de Souza, de 3 anos e 11 meses, que foi vítima de uma bala perdida em Água Fria, na Zona Norte do Recife, viraram réus por homicídio qualificado no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

A denúncia do caso Helen, oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ainda no fim de abril, foi aceita pela 4ª Vara do Tribunal do Júri Capital, do TJPE, na terça-feira (3). Os acusados Carlos Adriano de Sá Barros, conhecido como “Nego Dal”, de 43 anos, e Cesar da Silva Aurem, de 30, também tiveram a prisão preventiva decretada.

Ao mantê-los na cadeia, o juiz considerou que os dois respondem a crime grave e já teriam histórico de violência. O magistrado também classificou a morte da criança como um “homicídio atroz” que “torna a população – notadamente aquela residente em comunidades carentes da presença estatal – refém do medo e da insegurança”.

“Assistindo diariamente à ação livre e impune de delitos, a população desenvolve um sentimento de revolta contra o Estado, trazendo a lume o fantasma da impunidade, o que contribui para o desprestígio das instituições ligadas à Justiça e à Segurança Pública”, registrou o magistrado.

Homicídio

Helen foi baleada na noite de 12 abril, véspera do seu aniversário de 4 anos. Segundo o MPPE, Nego Dal e Cesar faziam parte do grupo que desceu armada a escadaria da Rua da Vitória, em Água Fria, para executar um integrante de uma facção rival.

Os bandidos começaram a atirar no meio da rua, mas o alvo conseguiu fugir. O ataque, que contou com a participação de ao menos outras três pessoas ainda não identificadas, foi registrado por câmeras de segurança.

A criança estava sentada no colo de uma prima, em frente à sua residência, quando foi atingida na cabeça durante o tiroteio. Pouco antes, ela havia saído de casa para que a mãe preparasse lembrancinhas da sua festa de aniversário.

A menina chegou a ser socorrida no Hospital da Restauração (HR), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na noite seguinte.

Réus

Apontado como líder de facção voltada ao tráfico de drogas, Nego Dal já tinha dois mandados de prisão em aberto, antes do episódio, e era considerado um dos alvos prioritários no Recife. O termo é usado pela Polícia Civil para classificar os criminosos mais procurados.

Nego Dal foi preso em Camaragibe, no Grande Recife, no dia 29 de abril, em operação coordenada pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Em interrogatório, ele negou participção no assassinato de Helen.

Duas semanas depois, no dia 13 de maio, Cesar também foi capturado pela Polícia Militar (PM) em Camaragibe. O acusado é descrito pelo MPPE como “executor recorrente de ações armadas” da facção.
Para a promotoria, a ação que resultou na morte de Helen “foi deliberadamente planejada, com emprego de arma de fogo, em ambiente de grande circulação”. Ainda segundo o MPPE, os acusados agiram “sem qualquer cautela ou arrependimento”.

A reportagem tentou contato com o advogado de Cesar, mas não obteve retorno. A defesa de Nego Dal não foi localizada.

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