Aluna da UFPE conquista pódio em concurso internacional de programação
Estudante de Engenharia da Computação conquistou o terceiro lugar em torneio exclusivo para mulheres.
Publicado: 10/12/2025 às 20:25
Divulgação (Sarah conquistou o terceiro lugar na categoria UniCoder)
Uma estudante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Sarah Leitão Melo, conquistou o terceiro lugar no TCS Codificadas 2025, competição de programação exclusiva para mulheres que teve como palco de sua etapa final a cidade de Bogotá, na Colômbia. A premiação aconteceu no dia 1º de dezembro.
Buscando fomentar a participação feminina no meio da programação e TI, o Codificadas abriu inscrições para diversos níveis, que vão desde estudantes até profissionais do setor. No caso de Sarah, o pódio veio na categoria Unicoder, que contempla alunas matriculadas em cursos de tecnologia em qualquer ano da graduação. Além desta, existe a JrCoder, destinada para estudantes do ensino médio entre 15 e 18 anos, e a ProCoder, com profissionais já formadas e em atividade na área.
Aluna de Engenharia da Computação, Sarah conta que ficou sabendo do concurso através da universidade. “A inscrição foi divulgada na universidade e eu também tinha algumas pessoas já de outras competições que haviam falado sobre o evento. Então eu me inscrevi e participei da primeira fase, que foi online”, conta a aluna.
Na primeira fase, mais de 4.700 inscritas de 16 países diferentes participaram das provas, que exploravam desafios complexos de programação, sendo exigidos códigos que resolvessem os problemas propostos. Dessas, apenas 10 foram classificadas e levadas para a Colômbia para participar da grande final.
Além de duas outras brasileiras estudantes da Universidade de Brasília, Sarah conta que conheceu outras alunas sul-americanas, vindas de países como Argentina, México, El Salvador, Peru e Equador. Natural de Fortaleza (CE), mas pernambucana de coração, a estudante demonstrou alegria ao ver tantas mulheres e lembrou da diferença entre a participação masculina e feminina nesses espaços. De acordo com a Unesco, mulheres ocupam apenas 22% dos empregos em STEM, como é conhecido o setor de ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
"Eu participei de várias competições mistas e uma coisa que é gritante nessas competições é que tem pouquíssimas meninas. Quando eu cheguei no mundial, das Américas só tinha eu. Tinham vários e vários times, acho que eram cento e poucos, cada time tinha três pessoas e se tivesse cinco meninas era muito. Das Américas só tinha eu, tinha uma menina da Europa e três da Ásia, apenas”, lembra. Segundo ela, a participação vai além da representação: “Quando a gente chega para as competições, é legal não só se sentir representada, mas também incentivar outras meninas que também é espaço para elas, que tem espaço na programação competitiva também para as mulheres".
Para Sarah, o espaço está sendo cada vez mais conquistado e deve aumentar ainda mais nos próximos anos. “Aqui no Brasil temos incentivos muito bons. Na América Latina também existem outros incentivos muito bons, já temos uma participação feminina mais expressiva. Do ponto de vista mundial, eu acho que o cenário vai demorar bastante para mudar por falta desse incentivo. Em outros países não tem muito incentivo para fazer as meninas participarem mais disso”.
Localmente, na UFPE, a estudante diz que um grupo de programação competitiva, a Maratona Feminina de Programação, ajuda as alunas a estudar e participar desses concursos. Auxiliado pelo setor de informática e organizado por suas membras, o grupo conta com processo seletivo e treinamentos semanais. Esse exemplo é compartilhado em mais universidades pelo Brasil. “Temos a maratona, além de algumas outras competições menores da UFPE e na Federal de Campo Grande. Tem também outras na UnB, por exemplo, que tem um grupo exclusivamente feminino, que as meninas que participaram do Codificadas vieram desse grupo de lá. Então, temos muitas iniciativas aqui no Brasil e na América Latina. Então eu vejo que essa participação vai aumentar aos pouquinhos ao longo dos anos".
Para as finalistas do Codificadas 2025, a organizadora Tata Consultancy Services (TCS) vai oferecer oportunidades de carreira, como estágios e vagas de emprego.