Preso no Paraguai, ex-diretor da PRF pegou 24 anos de prisão por "trama do golpe"
Conforme informações da Polícia Federal (PF), Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica, deixou o Brasil sem autorização judicial e foi detido ao tentar embarcar para El Salvador.
Publicado: 26/12/2025 às 12:37
Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF no governo Bolsonaro (Reprodução/Instagram)
Silvinei Vasques, o ex- diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), preso nesta sexta (26), no Parguai, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e 6 meses de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Conforme informações da Polícia Federal (PF), Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica, deixou o Brasil sem autorização judicial e foi detido durante a madrugada no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, ao tentar embarcar para El Salvador.
A condenação dele aconteceu no dia 16 de dezembro deste ano no julgamento do chamado núcleo 2 da organização criminosa.
O STF entendeu que Silvinei atuou para monitorar autoridades e impedir a votação de eleitores, especialmente no Nordeste, por meio de operações da PRF no segundo turno do pleito.
Relator do processo penal, o ministro Alexandre de Moraes votou para condenar Silvinei e outros três réus por todos os crimes pelos quais eles foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR):
golpe de Estado; abolição do Estado Democrático de Direito; dano qualificado; deterioração do patrimônio tombado e organização criminosa.
As penas determinadas ao acusados foram as seguintes:
Silvinei Vasques - 24 anos e 6 meses de prisão, em regime inicial fechado e 120 dias-multa;
Marcelo Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro - 21 anos de prisão, em regime inicial fechado e 120 dias-multa
Filipe Martins, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente 21 anos de prisão, em regime inicial fechado e 120 dias-multa;
General Mario Fernandes, general da reserva, ex-secretário-geral da Presidência - 26 anos e 6 meses de prisão, em regime inicial fechado e 120 dias-multa.
Outra condenação
A Justiça Federal no Rio de Janeiro já tinha condenado Silvinei Vasques por uso político da estrutura da PRF durante a campanha eleitoral de 2022, em ação movida pelo Ministério Público Federal.
A decisão reconheceu que ele utilizou símbolos, recursos e a visibilidade institucional da corporação para promover a candidatura do então presidente Jair Bolsonaro à reeleição, o que resultou em multa superior a R$ 500 mil, além de outras sanções cíveis.
Silvinei chegou a ser preso em 2023, mas acabou sendo solto, com a determinação de usar tornozeleira eletrônica.