Em prisão domiciliar, Bolsonaro pede ao STF autorização para receber 16 visitas
O requerimento foi apresentado às vésperas de uma possível ordem para que ele comece a cumprir, em regime fechado, a pena de 27 anos e três meses
Publicado: 21/11/2025 às 17:28
Former Brazilian President Jair Bolsonaro stands at the garage of his residence in Brasilia on September 11, 2025. A Brazilian judge on September 10 returned the first not-guilty vote in the coup-plotting trial of former president Jair Bolsonaro, shifting all eyes on the last two of his colleagues left to vote following two guilty findings. The 70-year-old far-right ex-leader risks a prison sentence of more than 40 years if found guilty of seeking to claw back power after his defeat in 2022 elections to leftist Luiz Inacio Lula da Silva (Photo by Sergio Lima / AFP) (Foto: Sergio Lima / AFP)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para receber 16 visitas enquanto cumpre prisão domiciliar. O requerimento foi apresentado às vésperas de uma possível ordem para que ele comece a cumprir, em regime fechado, a pena de 27 anos e três meses imposta no processo sobre a trama golpista, que se aproxima do trânsito em julgado. Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto.
A lista enviada ao STF inclui aliados políticos, como a deputada Bia Kicis (PL-DF) e o senador Carlos Portinho (PL-RJ), mas também solicita visitas do ex-desembargador do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) Sebastião Coelho e do padre Kelmon, que concorreu à Presidência da República em 2022.
No pedido, a defesa afirma que os encontros têm a finalidade de "diálogo direto" com o ex-presidente. Os advogados de Bolsonaro sustentam que as visitas servem para tratativas jurídicas e políticas, num momento em que o ex-presidente tenta manter sua rede de apoio ativa diante da possibilidade de transferência para o regime fechado. O pedido aguarda decisão de Moraes, responsável pela execução penal e pelas medidas cautelares impostas ao ex-presidente, em datas a serem definidas caso haja autorização.
A avaliação no Supremo é acompanhada de perto por aliados de Bolsonaro, que veem na liberação das visitas um gesto importante para a articulação política do ex-presidente. A decisão de Moraes deve definir o grau de acesso de Bolsonaro a interlocutores num contexto de crescente pressão jurídica e política sobre o ex-chefe do Executivo.
Veja a lista enviada ao STF
- Deputada Bia Kicis (PL-DF);
- Deputada Julia Zanatta (PL-SC);
- Senador Carlos Portinho (PL-RJ);
- Deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
- Ex-desembargador Sebastião Coelho;
- Apresentador Tiago Pavinatto;
- Padre Kelmon (PL-SP);
- Deputado Onyx Lorenzoni (PL-RS);
- Dirigente do PL Antônio Machado Ibiapina;
- Deputado Gilvan Aguiar Costa (PL-ES);
- Deputado Giovani Cherini (PL-RS);
- Deputado Lenildo Mendes (Delegado Caveira)(PL-PA);
- Almirante Flávio Augusto Viana Rocha, ex-secretário Especial de Assuntos Estratégicos;
- Secretário do PL Bruno Bierrenbach Bonetti;
- Abilio Brunini (PL-MT), prefeito de Cuiabá;
- Jornalista Augusto Nunes da Silva.