Michelle Bolsonaro admite que pode disputar as eleições de 2026
Michelle Bolsonaro (PL) prometeu "erguer-se como uma leoa" enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro estiver preso
Publicado: 24/09/2025 às 11:03

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro discursa durante uma manifestação em apoio ao ex-presidente brasileiro (2019-2022) Jair Bolsonaro, que será julgado por sua suposta participação em uma tentativa de golpe, em São Paulo, Brasil, em 7 de setembro de 2025. Bolsonaro testará sua força política com manifestações nas principais cidades do país, dias antes do veredito do Supremo Tribunal Federal (STF). O líder de extrema direita, também ex-capitão do Exército, corre o risco de até 43 anos de prisão se for condenado por tentar se agarrar ao poder após perder as eleições de 2022 para seu rival de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto de NELSON ALMEIDA / AFP) (Foto: NELSON ALMEIDA / AFP)
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) prometeu "erguer-se como uma leoa" enquanto o marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estiver preso. Condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de pena privativa de liberdade por tentar um golpe de Estado, Bolsonaro segue em prisão domiciliar até o esgotamento dos recursos possíveis na Corte.
Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph nesta quarta-feira, 24, a primeira desde a condenação do marido, Michelle avaliou o processo no STF que condenou o ex-presidente e mais sete aliados por tentativa de golpe como "farsa judicial" e "perseguição covarde".
Ao jornal, Michelle afirmou estar focada em cuidar das filhas e do marido, mas não descartou uma candidatura nas eleições de 2026. Michelle é cotada para concorrer ao Palácio do Planalto ou ao Senado pelo Distrito Federal. Em julho, ela transferiu o título para a capital federal.
"Eu me levantarei como uma leoa para defender nossos valores conservadores, a verdade e a Justiça. Se, para cumprir a vontade de Deus, for necessário assumir uma candidatura política, estarei pronta para fazer tudo o que Ele me pedir", disse a ex-primeira-dama.
Segundo Michelle, "em um país verdadeiramente democrático", a ação penal que levou à condenação de Bolsonaro "seria nula desde o início". A ex-primeira-dama alega "violações básicas ao devido processo legal" e afirma que, embora não defenda as tarifas impostas ao Brasil pelo governo dos Estados Unidos, do presidente Donald Trump, a crise entre os dois países foi causada por Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
"O governo Lula parece ter a intenção de provocar o caos no Brasil e depois atribuir isso a Trump, para explorar um cenário caótico que, na realidade, foi criado por suas próprias políticas", disse a mulher de Bolsonaro.
Durante seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, que abriu a cerimônia, Lula citou o processo que levou à condenação Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, mas não falou o nome do ex-presidente. "Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis", afirmou o petista. "Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela."

