Luiz Fux vota pela absolvição de Augusto Heleno de todos crimes da trama golpista
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional é acusado de cinco crimes envolvendo a tentativa de golpe de Estado
Publicado: 10/09/2025 às 23:04

Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (10) pela absolvição do general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), de todas as acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito do processo sobre a tentativa de golpe de Estado.
Heleno havia sido denunciado pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Segundo a PGR, ele teria integrado o núcleo estratégico das articulações golpistas e participado de movimentos voltados à ruptura democrática.
Entre os elementos usados pela acusação está uma agenda apreendida na residência de Heleno, que continha anotações de teor considerado golpista. No entanto, para Fux, o material não tem força probatória suficiente para sustentar a denúncia.
O ministro destacou que o caderno não comprova a participação ativa de Heleno em um núcleo de execução. Citou ainda argumentos da defesa, segundo os quais a ordem das páginas teria sido alterada pela Polícia Federal, o que teria distorcido a interpretação do documento.
“Ainda que se trate de uma sugestão para que o Ministério da Justiça solicitasse à AGU um parecer de urgência sobre a legalidade de uma ordem judicial, não há comprovação de que tais registros configurem crime. A defesa apontou que a Polícia Federal alterou a sequência das páginas, sugerindo indevidamente uma evolução linear de associações”, afirmou Fux.
Com esse voto, Heleno se soma à lista de réus para os quais Fux defendeu absolvição em todas as acusações, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, do ex-comandante da Marinha Almir Garnier e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
O cenário é distinto para outros investigados. Até agora, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, já contam com maioria de votos para condenação pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
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Enquanto Fux pede absolvição ampla para alguns dos principais nomes do governo Bolsonaro, o relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino votaram pela condenação em todas as frentes. Ainda votam Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do 1ª turma do STF.

