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Política
Fraude no INSS

Presidente da CPMI do INSS cobra ação da CGU e descarta blindagem política

Carlos Lupi e José Carlos Oliveira serão ouvidos; comissão também mira lobista conhecido como "Careca do INSS" e empresário Maurício Camisotti

Wal Lima - Correio Braziliense

Publicado: 04/09/2025 às 15:39

Viana:

Viana: "Estamos avançando para ouvir quem teve poder de decisão e precisa explicar à população brasileira o que ocorreu. A CPMI tem pressa em esclarecer os fatos" (Saulo Cruz/Agência Senado)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se prepara para uma semana decisiva com a oitiva de ex-integrantes do governo e investigados apontados como peças-chave no esquema de fraudes contra aposentados e pensionistas.

O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), confirmou nesta quinta-feira (4/9) que o ex-ministro Carlos Lupi e o ex-presidente do INSS José Carlos Oliveira já têm depoimentos agendados.

“Estamos avançando para ouvir quem teve poder de decisão e precisa explicar à população brasileira o que ocorreu. A CPMI tem pressa em esclarecer os fatos”, afirmou Viana.

Além dos ex-ministros, a comissão busca garantir a presença coercitiva de personagens diretamente ligados às fraudes, como o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, controlador de associações investigadas. Segundo o senador, ambos resistiram a comparecer de forma espontânea e tiveram de ser intimados pela Polícia Legislativa.

“Orientei ontem que a polícia fosse até a casa dos convocados para buscar a assinatura da intimação. Primeiro tentamos contato com os advogados, mas, como não houve retorno, a medida se fez necessária”, explicou.


Crítica à CGU

O presidente da CPMI também voltou a cobrar explicações da Controladoria-Geral da União (CGU), acusando o órgão de ter demorado a agir diante de irregularidades já conhecidas.

“A CGU só tomou providências depois de muita pressão, inclusive da imprensa. Os descontos irregulares, que somam bilhões, já eram de conhecimento público, mas a controladoria levou três anos para agir após a operação da PF. No mínimo, houve um atraso que precisa ser explicado à população brasileira”, criticou.

Viana não descartou a convocação do ministro da CGU, após a oitiva da atual representante do órgão.


Sem blindagem política

Questionado sobre eventual blindagem a aliados do governo, o presidente foi enfático: “Em hipótese nenhuma. Esta CPMI não fará exposição política de quem não tiver relação direta com os fatos. Mas, se houver prova de envolvimento, qualquer pessoa será chamada.”

A expectativa é que, com os depoimentos de Carlos Lupi, José Carlos Oliveira, Antônio Carlos Camilo Antunes e Maurício Camisotti, a comissão avance para a fase central das investigações, que tratam de fraudes bilionárias em consignados e descontos ilegais em benefícios previdenciários.


Confira as informações no Correio Braziliense.

 

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