Defesa diz que ser ajudante de ordens de Bolsonaro "só atrapalhou a vida de Cid"
Advogado defendeu que Mauro Cid tinha planos profissionais e familiares para além de sua atuação junto à presidência, e não teria participado de tentativa de golpe
Publicado: 02/09/2025 às 15:44

Advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Jair Alves Pereira (Foto: Gustavo Moreno/STF)
O advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Jair Alves Pereira, afirmou que ser o ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “só atrapalhou a vida” do militar – que é um dos sete réus do núcleo 1 da trama golpista, em julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (2).
Pereira defendeu que Cid não tinha motivos para participar de um golpe de Estado, visto que tinha planos profissionais e familiares para além de sua atuação junto à presidência.
“Eu não posso imaginar que Cid tenha tentado dar um golpe de Estado quando já estava, em março, nomeado para assumir o batalhão de Goiânia, com casa alugada e filhos matriculados no colégio. A vida dele seguia fora da ajudância de ordem. Na verdade, a ajudância de ordem só atrapalhou a vida do Cid, para ser bem sincero”, afirmou.
Além disso, o advogado frisou que Cid não teve envolvimento com o punhal verde e amarelo, como foi denominado o plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
O que o militar sabia, segundo Pereira, ele delatou à Polícia Federal. “A obrigação dele era só falar o que tivesse conhecimento. Ele não tinha conhecimento do punhal verde e amarelo, não fazia parte dos grupos de Whatsapp. Ele apenas recebeu um arquivo, que já foi intensamente discutido aqui”, disse.
O “arquivo” citado pelo advogado seria o plano digitalizado pelo general Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência de Jair Bolsonaro.

