João minimiza relação entre Lula e Raquel e se diz confiante por apoio em 2026
Prefeito do Recife foi questionado sobre possibilidade de racha entre PSB e PT caso Lula decida subir no palanque da governadora Raquel Lyra nas eleições do ano que vem
Publicado: 17/07/2025 às 18:36

Prefeito do Recife, João Campo (Rafael Vieira)
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), minimizou a proximidade entre o presidente Lula (PT) e a governadora Raquel Lyra (PSD) ao ser questionado, nesta quinta-feira (17), sobre a possibilidade de o petista ter “dois palanques” em Pernambuco nas eleições de 2026.
Embora ainda não tenha confirmado oficialmente, João já é tratado como candidato natural do PSB à disputa pelo governo de Pernambuco no ano que vem, quando Raquel Lyra tenta a reeleição. Aliado natural de Lula, o prefeito do Recife também tem visto o presidente fazer elogios públicos à governadora com frequência.
“É muito natural ele ter uma relação diplomática, cordial e correta com os Estados, inclusive com quem não votou nele”, declarou o recifense, em referência à adversária caruaruense, que até hoje não revelou seu voto em 2022. “O presidente está governando para todos, diferentemente do que vemos em muitos lugares, onde as pessoas perseguem quem é de partido diferente ou de oposição”.
O prefeito do Recife também se mostrou confiante com a aliança com Lula para o ano que vem. “Vocês não me verão pedindo retaliação por ser aliado dele. Isso não existe. Acho, inclusive, que ele tem que tratar bem, porque é o Estado dele. Agora, no tempo da eleição, é eleição. E eu tenho muita segurança da relação que temos com o presidente Lula”, disse.
Palanque duplo
A possibilidade de palanque duplo em determinados Estados brasileiros foi levantada pelo próprio presidente da República durante a convenção do PSB, em junho, que oficializou João Campos no comando da legenda.
Na ocasião, Lula relembrou já ter vivido esse cenário no Estado, quando recebeu apoio de Eduardo Campos (PSB) e de Humberto Costa (PT), então candidatos ao governo em 2006.
Nos últimos meses, Raquel tem sido alvo de acenos recorrentes de Lula. Também pesa o fato de a governadora ter trocado o PSDB pelo PSD em março. O partido comanda três ministérios do governo federal.
“É importante falar que os eleitores pernambucanos têm sorte de contar com figuras públicas da qualidade de João Campos e de Raquel Lyra”, declarou Lula em entrevista ao Diario de Pernambuco em maio deste ano.
À revista Veja, uma fonte do alto escalão do PSB afirmou que os socialistas poderiam rachar com Lula caso o “palanque duplo” seja, de fato, concretizado. João Campos, no entanto, tem tentado afastar essa possibilidade.
Nos bastidores do PSB, a chance de Lula propor um palanque duplo, apesar de não ser descartada, é considerada remota. “Raquel não é Humberto Costa, muito menos Eduardo Campos”, disparou um interlocutor do partido ao Diario de Pernambuco.
Em 2006, os dois candidatos eram ex-ministros do primeiro mandato do petista e faziam oposição a Mendonça Filho.

