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Política
EX-MINISTRO

Em depoimento à PF, Gilson Machado afirmou que passaporte português era para o pai

Para a PGR, Gilson Machado estaria ajudando Mauro Cid a fugir do Brasil

Mareu Araújo

Publicado: 13/06/2025 às 14:45

O ex-ministro GIlson Machado/Francisco Silva/DP Foto

O ex-ministro GIlson Machado (Francisco Silva/DP Foto )

Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) negou que tenha ajudado o tenente-coronel Mauro Cid a tirar passaporte português e alegou que não tem contato “há muito tempo” com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Gilson Machado foi preso preventivamente, no Recife, por suspeita de obstrução de Justiça. O depoimento do ex-ministro, obtido pelo Diario de Pernambuco, foi prestado na Superintendência da PF, na manhã desta sexta-feira (13).

Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pelo pedido de prisão, Gilson estaria ajudando Mauro Cid a fugir do Brasil. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é delator e réu pela trama golpista, que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a PGR, o ex-ministro teria atuado junto ao Consulado de Portugal, no Recife, em maio, para obter passaporte português para Mauro Cid. A ação, no entanto, foi mal sucedida.

Interrogado, Gilson negou que seja próximo de Cid e declarou que o último contato teria sido no final de 2022, pouco antes das eleições, quando “prepararam juntos um documento para ser lido como discurso pelo então presidente [Jair Bolsonaro]”.

“Portanto nunca manteve contato com ele durante o período em que ele [Mauro Cid] esteve preso ou agora que se encontra com uma série de restrições”, registra o depoimento.

À PF, Gilson admitiu que falou com um ex-cônsul, no dia 12 de maio, mas negou que a conversa fosse sobre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo alega, o contato, por telefone, teria sido para “expedir o passaporte em nome do pai”, Carlos Eduardo Machado Guimarães, de 85 anos.

“Nunca procurou qualquer pessoa, em qualquer consulado ou embaixada de Portugal ou de qualquer outro país buscando expedir passaporte para Mauro Cid”, afirma.

 

No dia 13 de maio, supostamente após ser orientado pelo ex-cônsul, Gilson enviou uma mensagem para uma funcionária do Vice-Consulado Geral no Recife para marcar o agendamento para o pai.

“O pai do declarante foi até o Consulado, foi recebido pelos funcionários e foi providenciado a expedição do passaporte”, registra o depoimento. Um irmão dele teria acompanhado o pai no dia.

O ex-ministro também declarou que ele próprio tem cidadania portuguesa e que já estaria no segundo passaporte portugês, renovado pela última vez no final de 2024.

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