Diretórios partidários ainda são centrais, mas precisam se reinventar
São os diretórios partidários que controlam a distribuição de recursos do fundo eleitoral, o tempo de propaganda eleitoral gratuita e estruturam campanhas em larga escala
Publicado: 02/06/2025 às 06:00

Carlos de Freitas Jr (Jady Miguel/Divulgação)
Apesar do avanço dos movimentos sociais e das plataformas digitais, tanto o cientista político Arthur Leandro quanto o doutor e mestre em Direito Constitucional pela Universidade de São Paulo (USP), Antônio Carlos de Freitas Júnior concordam que os diretórios ainda são centrais no sistema partidário brasileiro. Essas estruturas partidárias controlam a distribuição de recursos do fundo eleitoral, o tempo de propaganda eleitoral gratuita e estruturam campanhas em larga escala.
“Mesmo com o crescimento das executivas, que vêm centralizando ainda mais o poder e prejudicando a democracia intrapartidária, os diretórios ainda organizam a ação partidária, têm acesso ao fundo partidário e detêm o monopólio das candidaturas”, explica Freitas Júnior.
Mais que disputas internas, trata-se de definir quem comandará estruturas que impactam diretamente na escolha dos rumos políticos do país. Diretórios que permanecem fechados, centralizadores e pouco responsivos às bases tendem a perder legitimidade, enquanto os que se abrem à inovação e transparência podem recuperar protagonismo.
Para Leandro, fortalecer os diretórios é fortalecer a democracia representativa em sua dimensão estrutural. “A presença efetiva dos diretórios é condição para a construção de partidos competitivos, duradouros e institucionalmente robustos”, conclui.

