NA MADRUGADA

Paulinho da Viola apresenta, no Recife, trabalhos pouco conhecidos de sua carreira

Publicado em: 14/06/2019 14:21 | Atualizado em: 14/06/2019 14:48

Foto: Gshow/Divulgação
Fruto de uma infância permeada por sambas e choros, Paulinho da Viola costumava assistir Pixinguinha e Jacob do Bandolim tocarem em sintonia dentro de sua casa, sempre acompanhados por seu pai, o violonista César Faria, que tinha uma sofisticada percepção harmônica. Mais tarde, aliada à troca de experiência com Cartola, Nelson Cavaquinho e Zé Ketti, o artista decidiu enveredar no ramo musical. E traçou o seu percurso inspirado pela história do povo brasileiro e a trajetória de todos os poetas e compositores do samba.

Nesta sexta-feira (14), o músico carioca, um dos mais talentosos representantes da Música Popular Brasileira, apresenta seu novo trabalho Na madrugada, às 21h30, no Teatro Guararapes (Centro de Convenções), em Olinda. "O show segue uma proposta que tem sido a característica dos meus últimos trabalhos. Eu reúno canções que não cantei nos últimos shows e conto histórias sobre algumas delas", explica Paulinho, em entrevista ao Viver.

O repertório revisita grandes sucessos de sua obra, como Foi um rio, Dança da solidão e Timoneiro, e faz uma homenagem à cidade através dos versos de Para um amor no Recife: "Meu amor eu não esqueço / Não se esqueça por favor / Que voltarei depressa / Tão logo acabe a noite / Tão logo este tempo passe / Para beijar você".

"A primeira vez que cheguei ao Recife, e isso nos anos 1960, foi pa- Paulinho da Viola traz a turnê Na madrugada ra fazer um show e ficar poucos dias. Acabei ficando mais de um mês, fiz grandes amigos e não deixei mais de voltar com certa frequência. É sempre especial estar no Recife”, conta. O cantor carioca apresenta também novas versões para canções menos conhecidas, a exemplo de Nas ondas da noite e Vela no breu.

Outro destaque do espetáculo que estreou em 2018 é uma sessão instrumental de choro em homenagem ao centenário de seu pai, violonista do conjunto Época de Ouro, falecido em 2007. "Meu pai dominava os contracantos no violão, com uma melodia certeira que acompanhava os demais instrumentos, e isso me influenciou bastante na minha construção musical. Em fevereiro deste ano, chegou o seu centenário e eu resolvi relembrar sua história com um bloco”, explica.

No palco, o sambista de 76 anos estará acompanhado de sua banda, composta por João Rabello (violão), Adriano Souza (piano), Dininho Silva (baixo), Ricardo Costa (bateria), Celsinho Silva (percussão), Hércules Nunes (percussão) e Mário Séve (sopros). Nos últimos anos, mesmo diante de algumas cobranças por novas composições e criações no samba raiz, Paulinho não se sente pressionado. Mantém hábitos antigos como ouvir LPs em casa e escutar CDs em viagens no carro. Escreve, experimenta e toca quando quer.

Em meio ao novo ritmo de produção, mais bucólico, dedicou uma canção para o Bloco do amor, disco de estreia da filha Beatriz Rabello. "Em 100 anos, o samba passou por muitas mudanças, o que é natural. Cada geração tem a necessidade de expressar sua visão, seus sentimentos, o mundo em que vive. Toda arte é marcada por seu tempo, temos que respeitar isso nos jovens músicos também", diz. “Em vários momentos, as pessoas imaginaram que o samba sairia de moda, mas isso não aconteceu. Hoje o samba é tocado em todos os cantos do Brasil e em vários lugares do mundo.”

SERVIÇO
Paulinho da Viola em Na madrugada
Quando: hoje, às 21h30
Onde: Teatro Guararapes (Centro de Convenções, Olinda)
Ingressos: Plateia Especial Central - R$ 224 (inteira) e R$ 112 (meia) / Plateia Especial Lateral - R$ 204 e R$ 102 / Plateia Alta Central - R$ 184 e R$ 92 / Plateia Alta Lateral: R$ 164 e R$ 82 / Balcão - R$ 144 e R$ 72
Informações: (81) 3182-8020
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