Teatro
Musical que celebra a trajetória de Chacrinha retorna a Pernambuco
O espetáculo vai resgatar toda a irreverência e espontaneidade do apresentador, além de mostrar facetas até então pouco conhecidas pelos telespectadores
Por: Emannuel Bento - Diario de Pernambuco
Publicado em: 20/10/2017 20:21 Atualizado em: 20/10/2017 21:50
 | |
| Nova temporada do espetáculo comemora o centenário de Chacrinha. Foto: Caio Gallucci/Divulgação |
 |
Quer receber notícias sobre cultura via WhatsApp? Mande uma mensagem com seu nome para (81) 99113-8273 e se cadastre
Dirigido por Andrucha Waddington, a obra é divida em duas partes. A primeira mostra a juventude do comunicador (encenada por Thiago Marinho), a falência de seu pai e sua saída de Surubim, no Agreste. A segunda fase, onde Nercessian assume o papel do protagonista, explora o auge de sua carreira na TV Globo, com o programa Cassino do Chacrinha. Para materializar a atração televisiva, a peça conta com personagens como Elke Maravilha (Laura Carolinah), o diretor de TV Boni (Saulo Rodrigues) e as Chacretes.
A trilha sonora é composta por mais de 60 canções. O repertório conta com sucessos dos anos 1930 até meados da década de 1980, incluindo músicas que o programa ajudou a consagrar, como O meu sangue ferve por você, de Sidney Magal.
O musical também marca a volta de Stapan ao teatro, após 10 anos fora dos palcos. Ao interpretar o comunicador, o ator procurou também trazer também seu "lado Abelardo Barbosa". "Sabia que era importante que as pessoas vissem o lado teatral e carnavalesco que todos conhecem, mas também queria que houvesse humanidade nele", conta. Durante sua carreira, o artista chegou a conhecer Chacrinha pessoalmente. "Estive no programa dele, o cumprimentei. Peguei bastante coisa disso, tenho muitas memórias", diz. Mas a grande fonte de inspiração para elaboração do personagem foi o irmão de Chacrinha, o falecido produtor de cinema Jarbas Barbosa: "Eles eram muito parecidos. Eu fui um amigo íntimo do Jarbas, então peguei várias coisas dele. A energia do Chacrinha, sem dúvidas, também estava nele".
Entrevista com Stepan Nercessian
Como o público tem reagido ao lado mais sombrio de Chacrinha mostrado no musical?
A impressão que dá é que as pessoas saem gostando ainda mais dele por vê-lo humanizado, afinal, por trás do Chac0rinha também existia angústia e tristeza. Quanto mais velho e experiente, mais surgiam inseguranças e medo, pois o programa dele era improvisado e ao vivo. Isso mexia muito com seu emocional. Além disso, ele enfrentou a censura da ditadura militar, a igreja, até mesmo a psiquiatria que, na época, o apontava como um “débil metal”. Também havia quem chamasse ele de carrasco, diziam que ele humilhava os humildes durante o programa. Esse patrulhamento que vemos hoje já existia naquela época.
Como foi a decisão de voltar aos palcos como Chacrinha após dez anos afastado?
Musicais são um grande sacrifício, pois exigem uma dedicação muito grande. Eu nunca imaginei que eu pudesse fazer o Chacrinha porque não me acho fisicamente parecido com ele. Ao contrário de colegas meus, não sou um imitador, além de não cantar e dançar. Fui escolhido por causa de Fernanda Montenegro. Ela quem determinou: “Só quem pode fazer é ele”. Me sinto ótimo em voltar aos palcos com esse personagem.
SERVIÇO
Chacrinha, o musical
Onde: Teatro Guararapes (Av. Prof. Andrade Bezerra, Salgadinho, Olinda)
Quando: 20 de outubro às 21h e 21 de outubro às 17h e 21h.
Quanto: R$ 100 (plateia), R (plateia meia), R$ 70 (balcão) e R$ 40,00 (balcão meia)
Classificação etária: 12 anos
Acompanhe o Viver no Facebook:
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL
MAIS LIDAS
ÚLTIMAS
