EUROPA

Primeiro-ministro espanhol decide não renunciar

Pedro Sánchez afirmou que, apesar da campanha para desacreditá-lo não parar, tanto ele como a sua mulher saberão lidar com isso

Publicado em: 29/04/2024 11:15

Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha (Foto: BORJA PUIG DE LA BELLACASA / LA MONCLOA / AFP)
Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha (Foto: BORJA PUIG DE LA BELLACASA / LA MONCLOA / AFP)
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou hoje que não vai se demitir do cargo. Sánchez afirmou que, apesar da campanha para desacreditá-lo não parar, tanto ele como a sua mulher saberão lidar com isso. Durante os últimos cinco dias, o líder espanhol havia declarado que ficaria ausente da vida pública para refletir sobre a continuidade no cargo.
 
“Na passada quarta-feira escrevi uma carta dirigida aos cidadãos e me perguntei se valia à pena. Tenho uma resposta clara: se permitirmos ataques a pessoas inocentes, então não vale à pena; se permitirmos que as mentiras substituam o debate, então não vale à pena. Precisava parar e refletir. Reconheci perante aqueles que procuram me atingir que me custa viver estas situações. Agi com uma convicção clara: não se trata de uma questão ideológica, disse Sánchez.

Sánchez revelou ainda que recebeu apoio do Comitê Federal do seu partido, o PSOE, como de militantes nas ruas e em atos eleitorais na Catalunha e, devido a essa mobilização, decidiu continuar. “Exigir uma resistência incondicional é colocar o foco nas vítimas e não nos agressores. Esta campanha de difamação não vai parar, mas nós podemos enfrentá-la. O importante é que queremos agradecer as manifestações de solidariedade recebidas de todos os lados. Com esta mobilização, decidi manter-me à frente da presidência”, comentou.
 
Sánchez também garantiu que vai continuar ainda com mais força e que o que está em causa não é o destino de um determinado líder. “Trata-se de decidir que tipo de sociedade queremos ser. O nosso país precisa desta reflexão. Durante demasiado tempo deixamos que a lama contaminasse a nossa vida pública. Os males que nos afetam fazem parte de um movimento global. Vamos mostrar ao mundo como se defende a democracia”, acrescentou.

Na última quarta-feira, o líder do governo espanhol publicou uma carta ao país, na qual considera renunciar por causa dos ataques que disse serem sem precedentes da direita e da extrema-direita contra a mulher, Begoña Gómez. Em pauta estava à abertura de um inquérito preliminar de um tribunal de Madrid contra a Gomez, por suspeitas de alegado tráfico de influências e corrupção. A decisão surgiu após uma queixa de uma organização de extrema-direita, baseada em artigos publicados na em meios de comunicação digitais.

No dia seguinte, o Ministério Público pediu o arquivamento da queixa por considerar não existirem indícios de delito que justifiquem a abertura de um procedimento penal.

“Que grande notícia. O Pedro continua a demonstrar que a mentira não consegue vencer a verdade. Que o insulto não vence os argumentos. Que o ódio de alguns discursos não se impõe à coexistência. Aqueles que acreditam que o poder é deles não têm mais poder do que a vontade dos cidadãos. Hoje, a democracia vence. Hoje ganhamos a imensa maioria”, saudou o porta-voz do PSOE, partido de Sánchez.
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