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Documentário da Netflix revela intimidade e explora múltiplas faces de Lady Gaga

Gaga: Five Foot Two descortina momentos pessoais da popstar e investiga problemas de saúde, inseguranças e produção do disco Joanne

Publicado em: 14/09/2017 10:42 | Atualizado em: 14/09/2017 10:36

Apresentação no intervalo do Super Bowl é o ápice do documentário. Foto: Al Bello/Getty Images/AFP

De maiô, calças de moletom e sem maquiagem, Lady Gaga reflete sobre a vida enquanto ajuda a preparar o próprio almoço. "Eu tenho 30 anos e me sinto melhor do que nunca. Todas as minhas inseguranças em relação à mulher que sou foram embora, não sinto vergonha do que tenho. Estou mais sexy. Tudo está melhor", diz ela. O momento íntimo é mostrado logo no começo de Gaga: Five foot two e ajuda o espectador a entrever como o ambiente pessoal da artista será explorado ao longo do documentário, que estreia no próximo dia 22 na Netflix.

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A câmera do diretor Chris Moukarbel não é discreta: entra em todos os ambientes, sem restrições, interage, questiona e capta uma Lady Gaga mais madura, humana e discreta do que os fãs jamais puderam observar no decorrer dos quase dez anos desde o hit Just dance, responsável por projetá-la para a indústria fonográfica. Não é que ela estivesse se escondendo sob a paramentação dos figurinos, indumentárias e performances elaboradas - isso é frisado diversas vezes no filme -, o vestido de carne do MTV VMA de 2010 faz tão parte de Gaga quanto a blusa branca e a calça jeans da era Joanne. Mostrar isso para os seguidores fiéis, os "little monsters", foi o grande desafio da transição e configura o fio condutor da cinebiografia. "Posso sempre levar o meu passado comigo, mas nunca voltar. Você tem que se deixar para trás", sentencia.

Quase que como para ajudar a reforçar essa ideia, Lady Gaga descortina o processo de produção do novo álbum, lançado em outubro do ano passado, mostrando etapas de gravação e mixagem, incluindo momentos de parceria com a cantora Florence Welch, com quem divide os vocais em Hey girl. Um dos momentos mais tocantes se dá quando ela mostra à avó o resultado final da faixa-título do disco, em homenagem à tia Joanne, que morreu aos 19 anos de idade acometida pelo lúpus - doença autoimune com a qual a cantora revelou ter sido diagnosticada em 2010. "Se você ficar chateada, eu paro", promete, antes de receber o aval da matriarca da família Germanotta e dar play na canção, levando as duas às lágrimas.

A relação entre Gaga e Madonna, polemizada na mídia, é um ponto a ser destacado. A cantora de 59 anos é citada duas vezes. "O problema comigo e Madonna é que eu sempre a admirei, e ainda admiro, não importa o que ela pensa de mim. A única coisa que me incomoda é que eu sou uma italiana de Nova York, então, se eu tenho um problema com alguém, vou falar na cara. Mas, não importa o quanto eu a respeite como profissional, jamais poderei ignorar o fato de que ela não me olharia no olho e me diria o que acha. Me dizer que você pensa que sou um pedaço de merda pela mídia é como um cara me mandando um bilhete pelo amigo", afirma. E dispara: "Só quero que Madonna me jogue na parede, me beije e diga que sou um pedaço de merda".

BASTIDORES
Nome de peso na indústria norte-americana, Mark Ronson esteve por trás de todo o processo de produção do novo disco e ajudou Gaga a transpor a sensibilidade das memórias familiares para as faixas. O produtor, responsável por emplacar Valerie, com Amy Winehouse, Uptown funk, de Bruno Mars, e outros hits, se mostrou uma exceção dentro de uma miríade de experiências ruins da cantora com outros profissionais. "Os tantos homens na minha vida, tanto na indústria quanto os que eu namorei, faziam eu sentir que nunca era boa o suficiente. E não é assim com Mark", afirma a Mother Monster, acrescentando que muitos desses homens faziam que artistas mulheres se vissem dependentes e subjugadas a partir de abusos psicológicos. "Quando eles queriam que eu fosse mais sexy ou pop, eu colocava [no disco] uma faixa absurda que os fazia sentir que eu ainda estava no controle", completa.

O título do documentário faz referência à altura de Lady Gaga (um metro e 55 centímetros) e a alusão ao corpo logo no nome do projeto faz sentido. Os problemas de saúde estão tão presentes na sua vida quanto a música e demandam parte considerável na construção do filme. Ela sofre de fibromialgia, distúrbio crônico que provoca dores constantes e intensas em todo o corpo, acentuadas por uma lesão na coluna ocorrida em 2012. A rotina atribulada dificulta o tratamento: em uma cena, a cantora recebe injeções enquanto é maquiada para uma entrevista. Em outra, precisa lidar com fãs e com paparazzi mesmo com dores. Para além das questões físicas, a saúde mental de Gaga não fica de fora do espectro de discussão. No ano passado, ela revelou em entrevista que sofria de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). "À noite, estou sozinha. Eu vou de pessoas me tocando e falando comigo o dia inteiro a silêncio total", desabafou.


Embora seja pincelada no corpo do filme e aprofundada apenas no final, a performance no intervalo do Super Bowl, no início do ano, parece ser para onde todos os acontecimentos afluem e desembocam. A imagem dela suspensa, no ensaio final antes da apresentação megalomaníaca é o ponto de partida do filme e o momento pré-show é o derradeiro.
 
Rock in Rio 
No Brasil, os fãs poderão testemunhar de perto a Joanne tour amanhã, no primeiro dia do Rock in Rio. A cantora está programada para se apresentar à 0h25, encerrando a programação do Palco Mundo, que antes recebe shows de Ivete Sangalo, Pet Shop Boys e 5 Seconds of Summer. O festival será transmitido integralmente na internet através do G1 e da plataforma GloboPlay. Na TV, o canal por assinatura Multishow realizará cobertura completa e a Globo vai exibir os melhores momentos a cada noite, por volta da 1h30.
 
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