Premiação Casey Affleck é favorito ao Globo de ouro Além do ator, nomes como Joel Edgerton e Andrew Garfield também se destacam entre os indicados

Por: Ricardo Daehn - Correio Braziliense

Publicado em: 03/01/2017 12:09 Atualizado em: 03/01/2017 11:56

Casey Affleck: com Manchester à Beira-Mar, há chance de consagração. Foto: Emma McIntyre/Divulgação
Casey Affleck: com Manchester à Beira-Mar, há chance de consagração. Foto: Emma McIntyre/Divulgação


O painel constituído pelos atores concorrentes ao Globo de Ouro traz um ponto em comum para os intérpretes: todos dão vida a personagens em momentos cruciais e caóticos, em circunstâncias que não conseguem dominar. Dado como favorito na disputa, Casey Affleck (sempre associado ao irmão mais famoso, Ben) é um exemplo nítido da fragilidade masculina, na trama de Manchester à beira-mar. Depois de impulsionar a carreira da atriz Laura Linney, há 16 anos, com o longa Conte comigo, o roteirista e diretor Kenneth Lonergan faz, indiretamente, o mesmo com Casey, em outro drama de família.

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Generoso, o protagonista Lee Chandler (Affleck) vivencia drama pessoal da perda do irmão. Em Boston, ele é acionado, entretanto, para cuidar do sobrinho órfão. Um raro caso, para Casey, de necessidade quase orgânica pelo papel reforçou a "conexão imediata" e a empatia do ator com o personagem. O drama situado no nordeste norte-americano pode popularizar o ator que teve brilho em Medo da verdade (2007), em que fez um detetive particular, inconformado com o sumiço de uma menina. Na segunda indicação ao Globo de Ouro, ele concorreu antes, como coadjuvante, em O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (2008).

Outra carreira constituída aos poucos, mas que promete decolar, com a competição do Globo de Ouro, é a do australiano Joel Edgerton (indicado por Loving). Aos 42 anos, ele ainda experimenta o gosto do maior reconhecimento, desde o atordoante Reino animal (2010). Ator em Guerreiro (2011) e Aliança do crime (2015), Edgerton foi diretor do thriller O presente (2015). Em Loving, ele diz viver um calado "matuto" que, nos anos 60, tem que disputar, na justiça, o direito de amar uma mulher negra. "Ele não queria estar sob os holofotes", resumiu o ator, para a imprensa estrangeira, dando ênfase de querer intrigar as pessoas com o silêncio extraído de um personagem verídico.

Outro papel baseado na realidade - tal qual o de coadjuvante Eduardo Saverin, em A rede social (2011) - trouxe a segunda indicação de Andrew Garfield (o Peter Parker dos mais recentes filmes de Homem-Aranha) ao Globo de Ouro. O longa Até o último homem, no qual Garfield interpreta o médico da Segunda Guerra, Desmond Doss, marca o retorno de Mel Gibson à direção, uma década depois de Apocalypto, feito em língua maia. A "energia dedicada à cura", nas palavras de Garfield, foi o que moveu Doss que, sem dar um tiro batalha de Okinawa (a mais sangrenta, em território japonês), se viu condecorado, em raríssimo caso, com a Medalha de Honra.
 
Mais reconhecimento?
Experientes, dois candidatos ao prêmio de ator - Viggo Mortensen e Denzel Washington - somam 10 indicações ao Globo de Ouro. Colega de profissão de Viggo, o também diretor e roteirista Matt Ross foi quem deu chance para que ele interpretasse, em Capitão Fantástico, o viúvo e radical pai de seis filhos que aposta numa educação nada ortodoxa para a prole. "Várias vezes, eu ria, escancaradamente, das situações ou do clima, nas filmagens, sempre surpreso pelo encaminhamento bem incomum da trama", disse o ator, na divulgação do novo filme que rendeu outra indicação ao prêmio, depois de Senhores do crime (2007) e da personificação de Sigmund Freud, em Um método perigoso (pelo qual concorreu a coadjuvante, em 2012).

Repetindo papel e dirigindo filme que adapta peça da Broadway de 2010 Cercas, o astro Denzel Washington, aos 62 anos, pode ser consagrado, um ano depois de ter recebido o importante Cecil B. DeMille (no Globo de Ouro), pelo conjunto da obra. "O filme traz uma história sobre família que poderia se passar em qualquer lugar e em qualquer época; trata da frustração de um marido e das escolhas feitas num terreno muito escasso em termos de opções", comentou. É a oitava indicação ao Globo de Ouro, contabilizadas as vitórias por Glória (coadjuvante, em 1990) e Malcolm X (1993).

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