Cinema Doutor Estranho mostra lado místico do universo dos super-heróis Filme protagonizado por Benedict Cumberbatch é uma das mais interessantes produções da Marvel

Por: Breno Pessoa

Publicado em: 03/11/2016 14:00 Atualizado em: 03/11/2016 14:01

Personagem criado por Stan Lee e Steve Dikto surgiu nas HQs em 1963. Foto: Marvel Studios/Divulgação
Personagem criado por Stan Lee e Steve Dikto surgiu nas HQs em 1963. Foto: Marvel Studios/Divulgação

Desde a estreia nos cinemas com Homem de Ferro (2008), a Marvel vem mostrando uma estratégia eficiente na produção de filmes de super-heróis, mesmo com personagens menos conhecidos do grande público. Doutor Estranho, a mais nova aposta do estúdio, é mais um exemplo de como até uma figura relativamente obscura das HQs tem potencial para virar blockbuster.

O longa segue o padrão de filme de origem e mostra como um homem comum se torna super-herói. No caso, o arrogante neurocirurgião Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), que em um acidente de carro perde o movimento das mãos e fica impossibilitado de exercer a profissão. Desacreditado pela medicina convencional, Stange vai buscar cura através magia na comunidade de Kamar-Taj, onde a Anciã (Tilda Swinton) o inicia nas artes místicas. Ao reconhecer o potencial de Strange para a magia, a Anciã sugere que o médico a auxilie na defesa da Terra contra ameças de outras dimensões.

A premissa é a que mais destoa dos filmes da Marvel. Enquanto Homem de Ferro, Hulk, Capitão América e outros foram calcados na pseudociência, Doutor Estranho segue uma linha bastante distinta. Até em Thor, personagem das HQs inspirado na mitologia nórdica, o estúdio buscou uma abordagem mais pé no chão. E um dos grandes méritos do filme está em não tentar tornar mais críveis os conceitos de plano astral ou dimensões paralelas.

O roteiro, escrito por C. Robert Cargill em parceria com o diretor Scott Derrickson não gasta tempo tentando explicar os aspectos místicos do universo cinematográfico da Marvel (vale lembrar que todos os filmes do estúdio são interligados e se passam no mesmo mundo). As linhas se dedicam a expor o drama de Strange e a relação conturbada com a ex-amante e colega de trabalho Christine Palmer (Rachel McAdams). A magia é mostrada de forma natural, sem arrodeios, a partir de bonitos efeitos visuais e boa dose de psicodelia, como nos quadrinhos originais de Doutor Estranho. O 3D, inclusive, é competente e ajuda na imersão.

O filme dosa bem aventura, drama e humor, bem pontuado pelas tiradas sarcásticas do cirurgião rabugento. A despeito da arrogância do personagem, a interpretação de Cumberbatch é carismática, o que pode colocar Doutor Estranho como uma figura importante nos próximos filmes da Marvel. Com a proximidade do fim do contrato de atores como Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) e Chris Evans (Capitão América), o estúdio deve testar novos rostos para futuras produções.

Em tempo: Doutor Estranho tem duas cenas pós-créditos. Espere até o final da projeção.

Confira o trailer:



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