Nas telas
Mais Forte Que o Mundo traça retrato fiel do lutador José Aldo
O ator José Loreto e o diretor do filme contam os bastidores da cinebiografia que estreia nesta quinta-feira
Por: Ricardo Daehn - Correio Braziliense
Publicado em: 23/06/2016 14:03 Atualizado em: 23/06/2016 14:15
Ator José Loreto disse que não usei dublê nas filmagens e quebrou e machucou uma mão quebrando um espelho. Foto: Paris Filmes/Divulgação |
No terceiro longa da carreira, o diretor Afonso Poyart, de Mais forte que o mundo - A história de José Aldo, mantém-se firme nas convicções de não fazer filmes para "ser diferente ou surpreender". Como em Preságios de um crime (com Anthony Hopkins, em 2015) e em 2 coelhos (2012), diz que assina longas que gostaria de ver.
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Os diretores latinos Alejandro Gonzáles Iñárritu e Alfonso Cuarón pairam como ideal de cinema para o santista Poyart, que recentemente teve experiência de cinema no exterior, pela mistura que os colegas apresentam. "A experiência lá fora não foi fácil. Trouxe comigo, para o novo filme, a noção do tempo de preparo, sempre longo e detalhado. Ficamos obcecados pela pré-produção. Misturei a técnica dos americanos com a nossa maneira algo empírica de fazer filmes. Lá eles insistem numa cartilha que resulta num material genérico", comenta o diretor. Na confecção do roteiro, Afonso Poyart contou com várias entrevistas de José Aldo, mas "óbvio que houve parcela de ficção", como ressalva.
Quatro perguntas / José Loreto
Qual a familiaridade e os aprimoramentos com as lutas, em cena? Houve desgaste emocional?
Sou faixa preta em judô, mas para o filme eu fiz MMA, submission, wrestling, muay thai e boxe, já que o Aldo é um dos lutadores mais completos. Acho que dificuldades me estimularam ainda mais a contar essa história. Fisicamente, Aldo é muito diferente de mim, além de ser mais jovem. O aspecto físico exigiu muito, mas cada murro que eu tomei na cara valeu muito a pena. Não usei dublê: quebrei meu pé durante as filmagens e machuquei minha mão quebrando um espelho. Eu apanhei muito (risos), mas também aprendi muito. O filme exigiu demais. Fazer a relação pai e filho, sem dúvida, também foi muito difícil, porque precisei representar uma relação muito diferente da que tenho com meu pai.
Como veio o amparo do José Aldo no filme?
Veio em tom enorme. Nós convivemos durante quase dois anos, treinei na academia com ele. O Aldo virou meu irmão; ele se tornou uma pessoa muito próxima e querida. Acho que conhecer o Aldo me ajudou muito, porque o meu principal objetivo na construção do personagem era procurar a essência daquele ser humano. Queria saber quem era o Aldo de verdade, não só o lutador que aparece para todo mundo. Acabamos virando amigos, e a minha admiração por ele, como atleta, só aumentou. Ele me ensina muito além da luta. De dedicação, ele me ensina a não ter limites nos seus sonhos.
Esse papel é um ponto de virada na sua carreira?
Com certeza. É o papel que eu mais quis na minha vida. Fiquei muito feliz em poder viver um ídolo pessoal meu e de todos os brasileiros também. A história dele é muito rica. Ele venceu diante de todas as dificuldades da vida dele. Ele teve o não do mundo e mesmo assim não desistiu; ele é uma inspiração enorme pra mim, tem uma história incrível de superação.
A sua química com Jackson Antunes é emocionante. Como construíram tanta verdade?
Tive muita sorte de poder contracenar com um cara tão incrível. Não poderia ter tido um pai melhor na ficção! Ele me abraçou dentro e fora das filmagens. Tenho crescente admiração por ele, que me ajudou muito a construir essa relação do personagem.
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